A Voltz surgiu em 2017 com a meta ambiciosa de se tornar a primeira marca brasileira a apostar em motos elétricas. No início, suas vendas eram feitas por WhatsApp, mas depois a empresa abriu diversas lojas e teve vendas recorde, atraindo grandes investidores, o que fez a fabricante ser apelidada de Tesla brasileira.
Só que agora, a Voltz enfrenta uma grande crise e pode desaparecer do mercado. Já faz alguns meses que boatos sobre a crise da empresa correm na internet. No entanto, o fundador e CEO da startup, Renato Villar, abriu o jogo em uma entrevista para o , explicando como a situação chegou ao ponto atual.
Basicamente, a Voltz cresceu além do esperado e não conseguiu honrar seus compromissos. Em cerca de três anos, eles saltaram de 100 para 2,4 mil motos encomendadas, além de ter aumentado em 10 vezes o número de funcionários. O problema é que a fabricante não conseguiu dar conta desse boom de vendas, e começou a atrasar muito suas entregas.
Um distribuidor ouvido pelo site disse que, do fim de 2020 para cá, a loja dele teve cerca de 500 reservas. Dessas, 178 motos foram entregues, mas 129 pedidos acabaram cancelados por conta dos atrasos da fabricante. E, infelizmente, este cenário se repetiu em diversas outras lojas.
Sem contar que a empresa atrasou os pagamentos de comissões e de multas de rescisões das lojas, prejudicando também os distribuidores. Com tudo isso, hoje a Voltz tem diversos processos rolando na justiça, e viu sua rede de lojas diminuir de 70 unidades para pouco mais de 50.
Voltz promete dar a volta por cima
Apesar do cenário repleto de incertezas, o empresário dono da montadora acredita que vai conseguir reverter o quadro. Para isso, um grande corte de gastos foi feito, na tentativa de organizar a casa e melhorar o fluxo financeiro da empresa. O quadro de funcionários ficou menor, sendo de 100 profissionais na atualidade, contra os cerca de 400 que haviam no auge da Voltz.
A fábrica da empresa segue ativa e produz cerca de 70 motos diariamente, mas isso é bem abaixo da capacidade da planta, que pode fabricar até 200 mil unidades por ano, o que dá cerca de 550 motos por dia.
O plano de Villar é encontrar um parceiro que tope assumir o projeto da Voltz. A meta é atrair alguma fabricante de carros elétricos, para que haja uma troca de tecnologias em um primeiro momento. Depois, o empresário tentaria vender sua empresa para esta fabricante, quando a operação voltasse a ser sustentável.
Apesar de todas essas incertezas, e mesmo admitindo que a Voltz está no fundo do poço, Villar está otimista com seu plano de recuperação. Ele diz que sua empresa segue forte, mesmo com a crise, e que é possível sair desta situação. Um discurso semelhante ao de empresas aéreas que quebram, mas só o tempo dirá se a Voltz voltará aos tempos de glória, ou se sumirá completamente do mapa.
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