Dois jovens talentos devolveram à Fórmula 1 a emoção que vinha faltando nas últimas corridas. O duelo entre Charles Leclerc, da Ferrari, e Max Verstappen, da Red Bull, nas últimas quinze voltas do agitado Grande Prêmio da Áustria, disputado no último domingo, foi disparado o melhor confronto desta temporada.
Os dois chegaram a se tocar na antepenúltima volta, quando Verstappen concretizou a manobra que lhe garantiu a vitória. Largando na primeira fila, em segundo lugar, Verstappen patinou no apagar das luzes vermelhas e caiu para a sétima posição na primeira volta. Naquele momento, a corrida dele parecia perdida.
Mas o piloto holandês, empurrado pela torcida vestida de laranja que invadiu as arquibancadas austríacas, foi crescendo ao longo da prova ganhando na pista as posições de Lando Norris, da McLaren, e Kimi Räikkönen, da Alfa Romeo. Depois, superou Lewis Hamilton, da Mercedes, na parada de box.
Foi um fim de semana desastroso para Hamilton, que começou com punição por atrapalhar Räikkönen no treino classificatório e se completou com a perda de tempo no pit stop, trocando o bico do carro depois de exagerar na intensidade com que passou sobre uma das zebras do circuito, especialmente traiçoeiras em Spielberg.
Verstappen voltou de seu pit stop em quarto lugar, a 13s do líder absoluto Charles Leclerc, da Ferrari. Mas foi descontando a diferença pouco a pouco. Na 50ª volta de um total de 71 completadas, passou por Sebastian Vettel, também da Ferrari; e na 56ª superou Valtteri Bottas, da Mercedes, apesar de ter relatado perda de potência pelo rádio.
O próximo alvo era Leclerc. Os dois duelaram por toda a parte final da prova, com Verstappen levando a melhor. Leclerc chegou a reclamar da manobra, dizendo que o adversário não lhe deu espaço, e os comissários optaram por rever o lance decisivo. Mas nada mudou. Segunda vitória de Verstappen na Áustria (ganhou em 2018) e a sexta na carreira.
Foi um resultado bastante especial por se tratar de uma pista que é de propriedade da Red Bull; e por garantir à Honda sua primeira vitória na Fórmula 1 desde 2006. A marca sofreu muitas críticas enquanto esteve ao lado da desorganizada McLaren e do reclamão Fernando Alonso. Verstappen interrompeu também a sequência de oito vitórias da Mercedes no ano.
“Disputa dura é assim. Se isso não for permitido numa corrida, não faz sentido estar na F-1”, avaliou Verstappen, falando sobre a briga com Leclerc. Pois é. E veja como são as coisas: a revolta da Ferrari pela punição injusta a Vettel no Canadá, no início do mês, agora praticamente obriga a equipe, por coerência, a concordar com Verstappen. Melhor para a F-1.
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