A guerra da Rússia e Ucrânia tem afetado a indústria automotiva mais do que aparenta. Enquanto praticamente todas as marcas boicotaram vendas de carros para o mercado russo e algumas até paralisaram fábricas, a Renault é a que mais teme o futuro dos conflitos e do plano de nacionalização de Vladmir Putin.
Segundo informações do , a Renault teme pela possível tomada da Lada por parte do governo russo. Hoje, a marca francesa detém 67,61% do grupo AvtoVAZ, que basicamente conta somente com a Lada. Putin quer o controle total da companhia para voltar ao status de estatal.
O problema é que 12% do lucro da Renault no ano passado veio da Lada e de sua divisão russa. Foram 350 mil carros produzidos na Rússia em 2021, o que deu à marca francesa um lucro de aproximadamente US$ 205 milhões, praticamente R$ 1 bilhão. A Renault Rússia junto da Lada é maior que a operação brasileira de toda Aliança Renault-Nissan.
Putin quer que a Renault volte fabricar os carros localmente e coloque os 40 mil colaboradores da Lada e da marca francesa de volta a seus postos de trabalho. A Aliança, por outro lado, não tem suprimento suficiente para voltar a fabricação local, visto que as peças para modelos como os Lada XRay, Vesta e os Renault Kaptur (com K, diferente do brasileiro) e Arkana são importadas.
Os únicos modelos com alto índice de nacionalização são produtos remanescentes da era pré-Renault como o sedã Granta e o jurássico SUV Niva (tanto na versão original Lada, quanto do ex-Chevrolet). As próximas semanas serão decisivas para a operação russa da marca francesa e para o destino da Lada.
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