O PIB (Produto Interno Bruto) deverá fechar o ano de 2020 em -7,5%. O câmbio, continuará na faixa entre R$ 5 e R$ 6. Esses são alguns dos efeitos causados pela pandemia da Covid-19, que refletem diretamente na drástica queda do mercado de veículos no Brasil. Com base nisso, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) precisou rever suas perspectivas de vendas. De acordo com a entidade, o mercado deverá voltar ao patamar de 2004, com 1,67 milhão em licenciamentos. Em 2019, o setor fechou em 2,78 mi de vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
Em janeiro, a previsão da associação era fechar o ano de 2020 com 3,05 mi unidades, ou seja, 9,4% de crescimento em relação ao fechamento do ano passado, mas, com a revisão, o número caiu em 45%. “Não conseguimos fazer projeções para o mercado de exportações, pois cada país está agindo de uma maneira”, afirma Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, que também prefere não falar em produção. “As fabricantes estão reabrindo gradualmente e cada uma no seu ritmo, por isso, não é possível cravar números concretos.”
Questionado sobre como será o novo consumidor no período pós-pandemia, Moraes afirma que os serviços de pós-vendas, redes de concessionários e os próprios prestadores de serviço ao redor da indústria (como táxis e manobristas) deverão estabelecer novos padrões, mas “ainda não é possível saber quais seriam, especificamente”, afirma. Melhora em acabamento de veículos para a facilitação de limpeza é, também, algo que está em estudos, porém, “ainda embrionários”, como define o executivo.
Melhora gradativa
Os resultados de maio foram melhores que os de abril, o que não chega a configurar boa notícia, já que o mês anterior foi o de paralisação quase completa das fábricas e das concessionárias por todo o país. Na comparação com o mesmo mês de 2019, houve queda de 84,4% na produção de veículos (43,1 mil unidades produzidas), de 63,9% na de caminhões (4,1 mil unidades) e de 29,5% na de máquinas agrícolas e rodoviárias (3,6 mil unidades).
As exportações de veículos registraram recuo de 90,8%, e de 39,4% no caso de máquinas. O único dado positivo de maio foi o crescimento de vendas de 23,3% das máquinas, na comparação com o mesmo mês de 2019, pois o agronegócio continua bombando.
Nesse quesito, carros e comerciais leves caíram 74,7%. Já os caminhões, recuaram 47,2%. “Embora junho sinalize algum retorno mais efetivo às atividades, teremos sem dúvida o pior trimestre da história do setor automotivo. Resta esperar por uma reação no segundo semestre”, salienta Moraes.
Caminhões e ônibus
No setor de caminhões, a crise econômica originada pela pandemia do novo Coronavírus terá menor impacto. O motivo é a necessidade de alguns setores, que estão demandando maior nível de transporte, sobretudo o agronegócio.
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