Ao , Hrelander Zola, VP da Fiat no Brasil afirmou que o modelo chegaria para “coroar o reposicionamento da marca” no nosso país. Mirando mercados mais altos e uma nova colocação dentro da Stellantis, a Fiat vai mirar para cima impulsionada pelo sucesso de seus modelos mais caros. Com isso, o SUV da Toro finalmente pode sair.
Antes do lançamento da Toro no Brasil em 2016 havia uma espécie de maldição em que nenhum Fiat mais caro que um compacto vendia bem. Stilo, Marea, Brava, Linea, Bravo e outros modelos médios da marca nunca obtiveram sucesso que Tipo e Tempra tiveram no passado. Prova disso é que a Fiat nunca mais investiu em modelos de médio porte.
Só que a Toro provou que a marca italiana sabe vender modelos mais caros que hatches compactos como Uno, Palio, Punto e Argo. Mesmo na estreia já contava com versões acima de R$ 100 mil e é a segunda caminhonete mais vendida do Brasil desde que começou a ser fabricada em Goiana, Pernambuco.
Por isso sempre foi natural para o mercado que um SUV da Toro surgiria em algum momento. A própria Fiat flertou com isso duas vezes: o conceito FCC4 apresentado em 2014 antecipava a Toro em forma de SUV cupê. Já o conceito Fastback de 2018 nada mais era que a Toro reestilizada novamente em formato de SUV cupê.
Os anos passaram e até agora nada de um modelo fechado baseado na picape. Mas isso parece ter mudado com o sucesso dela, do Pulse e agora do Fastback (que mal chegou às lojas). Segundo , a Fiat prepara um SUV da Toro que “dará mais dinheiro que a picape”, como afirma um executivo.
Há espaço para ele?
A grande questão é onde e como esse SUV se encaixará. Considerando somente o lado FCA da Stellantis, a Fiat e a Jeep têm preocupação de não ofertar modelos na mesma categoria. Ou, quando isso acontece, da maneira mais oposta possível. Até a estreia do Pulse, a Fiat jurava de pés juntos que não teria um SUV para não prejudicar a Jeep.
Como a marca americana já anda há tempos com as próprias pernas e hoje até a Ferrari tem um SUV, a Fiat não poderia ficar de fora. Por isso, os preços do Pulse terminam onde começam os do Renegade. A invasão da faixa de uma marca na outra começou com o Fastback. Mas ele e o Renegade não poderiam ser mais opostos.
O Renegade é um SUV quadradinho, parrudo e com vocação off-road de verdade – tanto que tem versões 4×4. Já o Fastback é urbano, cupê, mais esportivo e menos refinado no acabamento que o modelo da Jeep. São para compradores absolutamente diferentes, tanto que não poderiam diferir mais em visual.
Só que e o SUV da Toro? Tecnicamente o Compass já faz esse papel, já que a Toro tem porte de SUV médio e o modelo da Jeep faz essa função. Ter uma variante de sete lugares fazia sentido antigamente quando o Commander não existia. Ou seja, de alguma maneira o SUV da Toro vai invadir o segmento da Jeep.
Três SUVs da Toro?
Existem, portanto, três possibilidades para o SUV da Toro. A primeira é que ele seja uma alternativa mais barata ao Compass, com porte semelhante e cinco lugares. A diferença entre eles será em acabamento e visual, sendo o Jeep mais refinado.
Essa diferenciação também existirá se o SUV da Toro tiver sete lugares. Nesse caso, ele pode ter preço de Compass com porte de Commander. Como o Jeep é nitidamente um carro bem mais refinado, tanto que só tem versões Limited e Overland, o SUV da Toro poderia atuar onde, teoricamente, estaria um Commander Longitude ou Sport, que nunca existiram.
Por fim, a alternativa mais remota é um segundo Fastback. Um SUV cupê da Toro segue a linhagem de conceitos que a marca apresentou até então derivados dela. Além disso, conseguiria se encaixar entre Compass e Commander sem roubar seus clientes, já que um SUV cupê é bem diferente de um tradicional.
Resta saber que caminho a Fiat trilhará, mas parece que o modelo tão pedido e desejado finalmente vai sair do papel.
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