Ao que tudo indica, a primeira representação física do casamento entre Peugeot e Fiat se manifestará na Jeep em 2025. Para essa data, segundo apuração exclusiva do Auto+, está marcado o lançamento da segunda geração do Jeep Renegade. Mas o mais importante é que ele deixará de ser feito em Goiana por conta disso e a culpa é da nova base Peugeot.
A Stellantis já anunciou que todos os seus futuros produtos serão construídos sobre quatro plataformas. Os modelos compactos e alguns médios usarão a base SLTA Small, uma evolução da CMP do Peugeot 208 e do . Já modelos médios e grandes com tração dianteira mais sofisticados usam a STLA Medium, baseada na EMP2 do Peugeot 3008.
Para o segmento de carros grandes com tração traseira, a base Giorgio da Alfa Romeo será transformada em STLA Large, enquanto caminhonetes e SUVs chassi sob carroceria terão a base STLA Frame. Com isso, aos poucos as plataformas atualmente usadas no Brasil pela Jeep, Peugeot, Citroën e Fiat, deve ser gradualmente substituída em alguns modelos.
De Fiat para Peugeot
A grande questão é a base Small Wide 4×4. Ela seguirá sendo usada pela Stellantis em projetos nacionais da Fiat, Jeep e até RAM. Dois modelos atualmente estão em desenvolvimento utilizando essa base: especificamente a inédita RAM Dakota/1200, que será uma caminhonete monobloco com tamanho de Hilux e o futuro SUV da Fiat Toro.
Ou seja, ainda há longevidade para a base em projetos nacionais. Contudo, modelos como os Jeep Compass e Renegade, que são globais, migrarão para a base da Peugeot na mudança de geração. No Brasil, o Renegade será o primeiro modelo a fazer isso, especificamente em 2025, quando a primeira geração completa dez anos de Brasil.
Só que com isso, o Jeep Renegade vai mudar de fábrica, garante uma fonte. Existe a grande chance de ele ser feito em Betim, para iniciar o processo de implementação da plataforma STLA Small para os próximos modelos compactos da Fiat. Com isso, Goiana manterá só a base Small Wide 4×4, mas trocará o Renegade pela nova RAM Dakota e pelo SUV da Toro.
Novo Renegade
Apresentado internacionalmente em 2014, o Jeep Renegade foi reestilizado pela primeira vez em 2018 e mais recentemente em 2022. A última mudança visual, porém, é exclusiva do Brasil para segurar o modelo até 2025. É bem possível que a Jeep não lance essa reestilização lá fora por conta da proximidade do lançamento da nova geração.
O Renegade passará a ser feito sobre a base da Peugeot, que já estreou na marca pelo SUV compacto Avenger, que fica abaixo dele. Com a chegada do Avenger, o próximo Renegade poderá ficar maior e se aproximar dos SUVs compactos crescidinhos do segmento, como Hyundai Creta e Honda HR-V.
Diferentemente da primeira geração que foi pensada de maneira global com pouca participação do Brasil, a nova terá nossos país com protagonista. Afinal, o Brasil é o maior mercado do Jeep Renegade no mundo. Com isso, prioridades do nosso país como espaço interno mais generoso e porta-malas maior serão prioridades
O Renegade não vai crescer a ponto de tomar o espaço do Compass, que será mantido nessa geração por mais tempo. Além disso, manterá o formato de caixote e fortíssima inspiração visual no Wrangler – afinal, são elementos que definem o que é o Jeep Renegade e o diferenciam bastante do que está na mesma categoria.
Corações separados
Uma questão que ainda é bastante pertinente é quanto a tração nas quatro rodas. A base CMP / STLA Small não tem nenhum carro hoje que conte com tração 4×4. Isso é um elemento essencial para a Jeep, especialmente por conta das versões off-road Trailhawk. Mudanças devem ser feitas para atender a essa demanda.
O que não mudará, porém, serão os motores de origem Fiat. O Renegade 2025 poderá passar a contar com o motor 1.0 T200 de 130 cv e 20,4 kgfm de torque do Pulse. Afinal, a base Peugeot é bem mais leve que a Small Wide 4×4. Com a dieta, finalmente o Jeep poderá se adequar ao motor de menor litragem.
Como o posicionamento da Jeep é mais premium que da Fiat, o motor 1.3 T270 quatro cilindros turbo de 185 cv e 27,5 kgfm de torque também deverá ser mantido. Contudo, a base precisará de mais modificações para isso, já que foi pensada somente para motores três cilindros.
Hoje a Peugeot já conseguiu alterar a plataforma para receber o velho motor 1.6 quatro cilindros que está no Peugeot 208 e no Citroën C3, mas resta saber se haverá espaço para o 1.3 turbo. O que é certeiro é que haverá um Jeep Renegade elétrico – possivelmente somente para a Europa com chance de ser importado para o Brasil.
Na Stellantis é regra que todo modelo com base CMP tenha uma versão elétrica. O Citroën C3 por enquanto é o único que foge a essa mandatória, mas há rumores de que ele ganhe uma variante elétrica para a Europa. Para a Jeep na Europa, o Renegade elétrico será mais do que essencial.
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