Nem todo mundo sabe, mas os carros de Fórmula 1 hoje utilizam motores híbridos, juntando a tecnologia do reaproveitamento de energia (via motores elétricos) ao motor de combustão.
Funciona assim: 1) as freadas e o movimento da turbina geram energia cinética; 2) essa energia é captada por dispositivos específicos e transformada em energia elétrica; e 3) essa energia é finalmente distribuída para diferentes áreas do carro.
Este é o trabalho do MGU-K e do MGU-H, os dois motores elétricos que formam a ‘unidade de potência’, novo nome do conjunto de motores de um Fórmula 1. Os objetivos são ganhar ainda mais potência (via recuperação de energia), economizar combustível e evitar o chamado ‘turbo lag’, um atraso na resposta do motor.
O efeito colateral disso tudo é que, quando está em movimento, o carro fica extremamente ‘energizado’ por esse processo todo.
Como tudo na Fórmula 1, esse esquema é muito bem feito e seria necessária uma falha muito grave para que a energia destinada ao motor e à turbina tomasse conta do carro, oferecendo risco de choque ao piloto ou a quem tocar nele. É raro, mas pode acontecer. E por isso os cuidados da F-1 moderna são redobrados.
Existe uma luz indicativa no carro, que mostra se ele pode ou não ser tocado sem a devida proteção. Se essa luz estiver verde, tudo ok, manda ver. Mas se estiver vermelha, deu ruim. O choque em algum desavisado – inclusive o piloto – pode chegar a 1000 volts.
Para se ter uma ideia, este número é o limite antes que a faixa de tensão elétrica seja considerada de ‘alta tensão’, como nos fios mais altos dos postes de rua, por exemplo.
“Se houver um acidente na pista e a luz vermelha do carro estiver acesa, os socorristas precisam ‘desenergizar’ o carro antes de atender ao piloto. Pra isso, eles precisam de luvas e roupas especiais, resistentes à descarga elétrica. Aí, eles vão girar a chave geral do carro e desligar essa corrente elétrica”, explica Dino Altmann, diretor médico do GP do Brasil de F-1.
Mas onde fica essa chave?
Bom, sinta o drama: ela está posicionada em lugares diferentes de acordo com cada carro. A equipe médica recebe fotos do cockpit de todos os carros e procura memorizar e estabelecer uma ‘cola’, caso precisem realizar o procedimento (que como já foi dito, é considerado raríssimo). Ou seja: os socorristas também precisam de muita habilidade e sangue frio na F-1.
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