Minivans e SUVs estão no mesmo ponto da árvore genealógica, afinal, as antepassadas de ambos são as peruas. Mas em uma época em que as minivans eram as rainhas do mundo e os SUVs ainda eram nichados, a Renault resolveu aproximar esses mundos com a Scénic RX4.
Em uma tentativa de levar o mundo off-road para as famílias amantes das minivans, a Renault foi além da cara aventureira na Scénic RX4. Ela foi lançada em 2000 junto da reestilização da primeira geração da minivan. Contudo, não foi tão bem aceita pelo mercado e, apenas três anos depois, saiu de linha.
Antes do Duster
Sem deixar sucessores, a Renault Scénic só voltou a ter uma versão aventureira em 2007 quando a Conquest foi lançada na Europa. A grande questão da RX4 é que, diferentemente de modelos como Chevrolet Spin Active, Fiat Idea Adventure e até a própria Renault Scénic Sportway vendida no Brasil, ela era um verdadeiro carro para o off-road.
O grande truque estava na tração 4×4. O sistema era operado totalmente eletronicamente através de um diferencial central multidiscos. Quando a Scénic sentia necessidade de enviar força para a traseira, assim ela o fazia sozinha. Na prática, ela mantinha 80% da força toda nas rodas dianteiras.
A minivan aventureira também era equipada com suspensão reforçada e elevada. As rodas de liga-leve eram exclusivas e traziam cinco parafusos de fixação contra quatro da Scénic regular (ou seja, dois a mais que o Renault Kwid hoje usa).
Herança do Sandero
Debaixo do capô, a Scénic RX4 trazia duas opções distintas de motores, sendo uma delas bem conhecida pelos brasileiros. Com gasolina havia o 2.0 F4R quatro cilindros aspirado – exatamente o mesmo motor que hoje está debaixo do capô do Sandero RS, mas que também já equipou Duster, Oroch e Captur.
Sem opção de beber etanol e sem as devidas atualizações feitas nesses últimos 21 anos, o motor 2.0 da minivan rendia 139 cv e 19,2 kgfm de torque – hoje no Sandero RS o motor entrega 150 cv e 20,9 kgfm.
Estilo EcoSport
Antes do Ford EcoSport e do Volkswagen CrossFox lançarem a moda do estepe pendurado na traseira, a Renault Scénic RX4 já havia apresentado o recurso em 2000. Só que no caso da minivan, o pneu sobressalente obrigou a uma mudança total da tampa do porta-malas.
O estepe ficava dentro de uma cobertura plástica na cor da carroceria que se movimentava junto da tampa do porta-malas, que era dividida. A metade de baixo era aberta para o lado esquerdo, como no Ford EcoSport. Já a parte superior, que levava consigo o vidro, era aberta para cima.
Com isso, a Renault também mudou totalmente a estrutura do para-choque, que trazia novos recortes e visual mais robusto. As dobradiças do porta-malas também ficavam expostas nas laterais.
O visual parrudo também era agraciado por muito plástico preto nas molduras das caixas de roda, laterais, portas, e para-choque dianteiro, esse recuado para melhorar o ângulo de entrada da Scénic. Havia também quebra-mato integrado e faróis escurecidos.
Para quem esperava um interior igualmente especial, se decepcionava com a RX4. Era exatamente o mesmo visual das versões mais caras da minivan da Renault. Isso inclui o plástico bege com preto e bancos com tecidos coloridos.
>>Avaliação: Duster é o melhor Renault feito nos últimos anos
>>Prestes a mudar, Renault Captur agora só tem versão Bose de R$ 112.890
>>Renault Duster se despede do Ford EcoSport nas redes sociais