Em momento de transformação, provavelmente o mais importante da história das marcas, a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi já tem planos traçados para os próximos anos e as ambições são grandes. No Brasil, a unificação entre Renault e Nissan será forte, enquanto a Mitsubishi deve ganhar mais força.
Não há nada anunciado ainda para a Mitsubishi no Brasil para os próximos anos, visto que por aqui ela é controlada pelo grupo nacional HPE, não pela matriz japonesa. Isso faz com que algumas operações sejam tocadas de maneira diferente, mas a marca já anunciou em seus planos globais que a América do Sul será um de seus grandes focos futuros.
Uma plataforma
Os planos da Renault e da Nissan no Brasil se assemelham muito ao que as marcas fizeram na Europa. Haverá menos plataformas, mas elas serão unificadas entre os modelos franceses e os japoneses. Até mesmo as fábricas passarão a produzir carros da Nissan e da Renault na mesma linha de montagem.
Hoje, os Renault Sandero, Logan, Stepway, Captur e Duster são produzidos sobre a plataforma B0, enquanto os Nissan V-Drive, March, Versa e Kicks usam a plataforma V (com melhorias no novo Versa e no Kicks). O futuro terá apenas uma plataforma para todos esses modelos, a CMF-B.
Essa base modular é atualmente usada pelo Nissan Micra e Renault Clio europeus, mas ganhará uma versão simplificada para países emergentes, como o Brasil. O grupo anunciou que terá dois hatches (um Renault e um Nissan), dois sedãs (Renault) e três SUVs (dois Renault e um Nissan).
Ainda não foram divulgados quais serão esses modelos e como eles se distribuirão na linha de modelos da Aliança. É certo que Sandero, Logan, Kicks e Captur terão uma nova geração. Já o March pode se transformar em outro carro, até mesmo ser substituído pelo SUV subcompacto Magnite, enquanto o Stepway pode virar um SUV de verdade.
Haverá ainda modelos derivados da plataforma CMF-A do Kwid, que também é usada pelo Magnite. Contudo, planos para esses modelos ainda não foram revelados, nem do lado Nissan, nem do lado Renault. O Duster permanecerá durante toda essa geração com a plataforma B0, visto que ainda é um modelo recente, já o V-Drive vai sobreviver ainda por mais um tempo como modelo de entrada da Nissan e não deverá sofrer alterações. O novo Versa ainda usa a plataforma V e deverá continuar a ser importado do México.
Fábricas para cada tipo de carro
Se hoje as marcas dividem diversos componentes, mas não a linha de montagem, isso mudará nos próximos anos. A ideia é que todos os hatches e sedãs sejam feitos em uma das fábricas do grupo, enquanto a outra planta ficará responsável pelos SUVs.
Hoje a Nissan comanda a fábrica de Resende, Rio de Janeiro, enquanto a Renault trabalha em São José dos Pinhais (Paraná). Não foi divulgado ainda qual fábrica produzirá qual tipo de modelo.
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