Sempre foi legal dirigir o Peugeot 208. Desde meu primeiro contato com o carro, que foi com a versão Griffe 1.6, me chamou a atenção o comportamento ao volante, o design chamativo e o inevitável pensamento de como seria um motor turbo no cofre do hatch.
Quase três anos depois, finalmente essa dúvida foi sanada, já que o modelo, enfim, ganhou o motor 1.0 turbinado. O mesmo que estreou no Fiat Pulse, foi cedido ao Fastback e à Strada, e que agora estreia em um modelo da Peugeot. Uma marca francesa, usando um motor de uma montadora italiana e em um hatch fabricado na Argentina.
Essa salada mista de nacionalidades deu incrivelmente certo no carro. Se na Strada o desempenho do motor turbinado já arrancou elogios, talvez no Peugeot 208 essa seja a melhor aplicação do propulsor em toda a gama da Stellantis. Afinal, trata-se de um carro com apelo esportivo em suas formas, uma posição de dirigir impecável e que foi coroado com o motor sobrealimentado mais potente da categoria.
E o intuito da Peugeot é oferecer o 208 como um hot hatch. Tanto que a apresentação do modelo fez questão de ressaltar o desempenho. O 0 a 100 km/h em 9 segundos supera as marcas de Chevrolet Onix (10,1 s), VW Polo (10,7 s) e Hyundai HB20 (10,5 s). A velocidade máxima também, com os 205 km/h sendo melhor que os três rivais, que não chegam na marca dos 200 km/h.
Entretanto, o consumo não foi deixado de lado. Segundo a Peugeot, o modelo faz 13,2 km/l na gasolina no ciclo combinado. Resta aguardar pelos números do Inmetro para sabermos todos os dados, mas é um número bastante bom.
Bom ao volante e com fôlego
Para o Peugeot 208 turbo, a suspensão foi ajustada na dianteira e novas pinças de freio foram adicionadas. A marca garante que isso melhorou o comportamento do carro, mas, sinceramente, o fôlego extra dos 130 cv do motor fazem com que isso seja até esquecido.
O hatch sempre teve uma boa dirigibilidade e isso foi mantido. Meu contato com o carro foi na estrada velha de Santos, uma via que ligava São Bernardo a Cubatão no litoral paulista e que hoje é fechada para os carros. Porém, trata-se de uma via bastante sinuosa e que foi possível perceber essa boa desenvoltura do 208 turbinado.
Também deu para notar que a boa calibração do CVT da Fiat se manteve no Peugeot. O comportamento de enceradeira não existe no hatch: o câmbio mantém o motor sempre em uma faixa ideal de rotação, privilegiando o torque disponível a menos de 2 mil rpm.
Dessa forma, parece que o 208 está sempre pronto para ação. Basta encostar no acelerador que ele deslancha. Não chega a ser bruto como um carro elétrico, mas é tão esperto quanto. De fato, o conjunto caiu muito bem no compacto.
Esperto e apertado
Porém, como nem só de motor vive um carro, o Peugeot 208 segue tendo um dos menores aproveitamentos de cabine. O porta-malas de 265 litros é razoável, mas o espaço interno traseiro é sofrível. Eu, com meu 1,87 m, fico bastante apertado com o banco da frente ajustado para a minha posição.
Os culpados por isso são o entre-eixos de 2.53 metros e o comprimento de 4,05 metros. E como a altura também não é das maiores, não dá para fazer milagre. Em compensação, na frente é possível achar uma boa posição para dirigir, graças ao ajuste de regulagem de altura e profundidade do volante.
Veredicto
Há alguns desafios para o Peugeot 208 turbo, como concorrer em um segmento que tem três rivais de peso e que costumam ocupar o top 10 de modelos mais vendidos. Entretanto, se antes faltava um bom motor como argumento de vendas, agora isso não faz mais falta. Sem contar que o preço de R$ 99.990 na versão Allure, a turbinada mais barata, é bastante competitivo na realidade atual do mercado.
A Stellantis também está investindo em mudar a imagem da marca no Brasil, oferecendo novos serviços de atendimento ao cliente e oferecendo as três primeiras revisões pelo preço de uma, sendo que isso é válido para todas as versões do 208, mesmo as que contam com os motores 1.0 e 1.6 aspirados.
Cabe ao consumidor abraçar ou não o modelo. Entretanto, ao menos neste primeiro contato, a sensação que fica é bastante positiva. Certamente quem comprar o hatch turbinado vai ter muitos sorrisos no rosto.
Acredita que o Peugeot 208 turbo vai fazer sucesso no mercado? Deixe nos comentários a sua opinião.
>> BMW M2 tem potência surpreendente e chega em breve ao Brasil
>> Honda Biz 25 anos: relembre a evolução da CUB mais vendida do Brasil