O processo de compra ou junção de marcas em um grupo é demorado e burocrático. Vide o grupo Stellantis que está há quase um ano no processo de criação. Outra prova disso é a venda da JAC ao grupo Volkswagen.
Desde a criação da marca SOL em 2018, o namoro entre JAC e Volkswagen era intenso. Contudo, há cerca de um ano, a alemã anunciou que compraria 50% da chinesa e passaria a dominar a joint-venture que elas possuem juntas na China para a produção de modelos da SOL.
Até pouco tempo atrás, marcas chinesas tinham proteção do governo e não poderiam ser adquiridas por empresas internacionais, nem mesmo ter participação. O contrário é permitido, tanto que a Geely é dona da Volvo.
Além disso, para que marcas internacionais atuem na China, é preciso uma parceira local sócia em uma joint-venture. As regras mudaram e a JAC se torna a primeira fabricante de origem chinesa a ser adquirida por uma marca de outro país.
O governo chinês demorou a aprovar o processo e agora metade da JAC pertence à Volkswagen. Além disso, a joint-venture criada para a SOL passa a ser 25% da JAC e 75% da VW.
A Volkswagen não esconde que quer dominar o mercado chinês com a compra da JAC. O novo membro da família é especialista em carros elétricos de baixo custo, o que muito interessa ao grupo alemão.
Ainda não se sabe como será a troca entre as marcas, mas para ganho de escala, é bem provável que os JAC comecem a ser feitos sobre a plataforma modular MQB para modelos a combustão e a MEB no caso de elétricos. A chinesa ganha em tecnologia e engenharia, enquanto a alemã leva vantagem na escala.
Os primeiros carros da JAC feitos sob supervisão da Volks já começaram a circular, entre eles o T60 que é vendido no Brasil. Modelos como J7 e os novos SOL prometidos para os próximos anos terão intervenção ainda maior da VW.>>Avaliação: JAC T60 aposta em porte de Compass ao preço de Renegade
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