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Pé na estrada: C180 Avantgarde

 Curtimos uma viagem ao litoral norte de São Paulo ao volante do carro mais vendido no portfólio da Mercedes-Benz

Mercedes C180 Avantgarde (foto: Tiago Mendonça)
Mercedes C180 Avantgarde (foto: Tiago Mendonça)

Manhã de sexta-feira na fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, véspera de feriado prolongado. Minha colega do setor de comunicação da empresa pergunta a quilometragem do carro, que vou tirar dali para avaliação, e se prepara pra anotar. Eu olho duas, três vezes pra ter certeza. Engulo seco antes de responder.

Eram apenas 270 km de vida naquele Mercedes-Benz C180 Avantgarde 2019/2019. Parece bobagem, e só quem ama carros vai entender. Mas eu sinto um misto de euforia e responsabilidade toda vez que toco o volante de um carro assim, tinindo de novo. Caberia a mim, em seis dias, mais do que dobrar os números do odômetro.

Mercedes C180 Avantgarde (foto: Tiago Mendonça)

Nossa escolha pelo Mercedes-Benz C180 tinha razão de ser. É o modelo mais vendido da marca – e também o mais ‘acessível’, se é que dá pra dizer isso de um carro de luxo, na casa dos R$ 190 mil. De janeiro a junho de 2019, foram 161 unidades comercializadas.

O órgão de emplacamento não faz distinção das versões Avantgarde e Exclusive (mesmos equipamentos, mas acabamento em madeira e painel revestido em couro ártico na Exclusive), mas a Mercedes-Benz informa que o Avantgarde representa aproximadamente 45% dessas vendas.

Mas voltando ao tema do teste – e da coluna – nosso destino naquele fim de semana seria o litoral norte de São Paulo. A ideia de uso do carro era atender uma pauta do programa Auto+, que vai ao ar em breve, e aproveitar pra ver qual era a do carro na estrada, na configuração ‘família’. Por família, entenda eu, minha esposa, minha mãe, minha filha de 4 anos e dezenas de bagagens.

O primeiro ponto positivo é que o carro oferece diferentes modos de condução – e se você também sofre as metamorfoses ‘apaixonado por carro versus pai de família’, sabe da importância disso. Os modos Sport e Sport+ garantem diversão e boa performance para ultrapassagens e momentos em que você busca respostas mais rápidas.

Mercedes Classe C (divulgação)

O Comfort permite fazer o rolê inteiro de ‘primeira classe’, em um carro rápido sempre que necessário e confortável como tem de ser um modelo desse padrão. Destaque para a boa vedação (silêncio absoluto em todas as situações), mesmo em um dia bastante chuvoso, como o que eu peguei pra descida da serra em pleno inverno.

O câmbio automático de 9 marchas dá e sobra e ajuda no conforto porque (exceção feita aos modos esportivos, claro) o carro não fica gritando pedindo marcha. O motor é o 1.6 turbo de 156 CV, que graças ao câmbio de 9 marchas também não fica devendo muito a carros mais potentes desta mesma faixa de preço. Importante dizer que o carro é flex – e vocês precisavam ver a cara do frentista quando pedi álcool em uma das paradas na volta, pra testar o consumo. Uma expressão tipo: ‘Eu nem sabia que esse carro andava de etanol’.

A autonomia em si me chamou bastante atenção: eu desci abastecido na gasolina e o carro fez 15 km/L no modo Comfort, mesmo lotado de bagagens (são 455 L no porta malas), com três adultos e uma criança. O item que eu não testei na prática (e nem gostaria de ter testado, é claro) é o polêmico pneu run-flat, que permite ao motorista rodar por alguns km até encontrar um posto, borracharia ou levar o maquinão pra casa. Da minha parte, acho ótimo ter mais espaço para as bagagens, sem estepe, mas ainda é difícil tirar uma conclusão do run-flat.

Mercedes C180 Avantgarde (foto: Tiago Mendonça)

É ou não é o inevitável próximo passo para os carros? Bom, eu odeio trocar pneus e, se pudesse, rodaria com as rodas arrebentando até chegar em casa, só pra não parar. Então, acredito que pra mim a medida é boa. Especialmente em uma cidade violenta como São Paulo, onde parar sempre pode ser uma péssima ideia (ainda mais em um dia de tanta falta de sorte quanto furar um pneu).

Mas… é preciso estar na situação de real necessidade pra poder fazer uma avaliação adequada. E, graças a Deus, não foi desta vez. Agora vamos às ‘impressões do carro estacionado’, se vocês me permitem a piadinha: nos dias que passei no litoral, fiquei em uma casa próxima à praia, com portão de madeira que dá a quem passa pela rua a oportunidade de ver os carros parados ali. Entre eles, o ‘meu’ C180.

Mercedes C180 Avantgarde (foto: Tiago Mendonça)

Embora não seja nenhuma mosca branca – e os números de venda estão aí pra provar o quanto esse modelo já ganhou as ruas – fiquei bem impressionado pela reação da galera. Um Mercedes-Benz sempre chama a atenção, mas não tinha quem não virasse o pescoço pra ver o carro quando passava na porta, o que dá aquela pontinha de orgulho mesmo sendo um carro de teste. Como sou o tipo do cara que curte ter o carro como um jeito de puxar papo, fiquei bem feliz de ver ele cumprir também essa função.

Afinal de contas, quem é que não curte ouvir um ‘ohhh’ para o carro que está guiando?

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