Quando nasceram no início dos anos 2000, os (e Dacia) Sandero, Logan e Stepway foram pensados como carros baratos, com espaço interno farto e robustos. Os tempos mudaram, eles evoluíram e agora na terceira geração eles mantêm seus principais atributos, mas também se sofisticaram a ponto de ter itens que os VW Polo e Virtus não tem.
Exemplo disso é que os novos Sandero, Logan e Stepway 2021 são equipados com freio de estacionamento eletrônico, item presente no Brasil somente em SUVs compactos ou no sedã compacto CAOA Chery Arrizo 5. Há também faróis full-LED em todas as versões e, pela primeira vez em um Dacia, o tão desejado teto solar elétrico.
Na Europa eles também são equipados com monitoramento de ponto cego, frenagem autônoma de emergência e park assist – dos itens, nenhum deles está presente no Polo ou no Virtus, e o estacionamento automático existe apenas em Onix e Onix Plus na versão Premier dentro da categoria de compactos no Brasil.
Plataforma de Clio
Enquanto ainda é mistério se todos esses equipamentos chegarão às versões Renault dos novos Sandero, Logan e Stepway no Brasil, o que temos de certo é a mudança de plataforma. Eles saem da B0, que hoje está também em Duster, Oroch e Captur, para a nova CMF-B que dá vida às versões europeias de Clio e March, o trio ficou maior.
O Logan foi esticado em 3,6 cm, chegando a 4,39 m de comprimento – exatos 9 cm a menos que o Volkswagen Virtus. Já o Sandero, agora com 4,08 m de comprimento, está apenas 1 cm mais longo que antes, mantendo ele como um dos maiores hatches compactos da categoria.
A altura de todos eles diminuiu em 1 cm, enquanto a largura atingiu 2 m contando os retrovisores. O porta-malas do Sandero 2021 cresceu 8 litros e passa a carregar 328 litros de bagagem, enquanto o Logan 2021 com 528 litros teve aumento de 18 litros na capacidade, atingindo o patamar de espaço de sedãs médios.
Menos potência que no Brasil
Debaixo do capô dos novos Dacia / Renault está o mesmo motor 1.0 SCe três cilindros aspirado usado no Brasil. Contudo, lá na Europa ele rende apenas 65 cv, enquanto por aqui no Brasil são 82 cv. Somente o Stepway não traz essa opção de motor que é atrelada a uma transmissão manual de cinco marchas.
Quem quer mais potência tem o motor 0.9 TCe de 90 cv ligado a um câmbio manual de seis marchas ou, pela primeira vez em um Dacia, câmbio CVT – a mesma caixa usada por Sandero, Logan, Stepway, Duster e Captur com motor 1.6 SCe no Brasil. Por aqui, a nova geração usará motor 1.0 TCe turbo com potência acima dos 120 cv.
Uma exclusividade da Europa é o motor 1.0 três cilindros turbo de 100 cv que usa GLP (gás liquefeito de petróleo) e gasolina. Quase como um motor flex, mas que consome tipos de combustível armazenados de maneira diferente. O tanque de GLP fica no lugar do estepe.
Toques de Duster
O visual já havia sido revelado pela Dacia e mostra linhas modernas e robustas, com carroceria mais aerodinâmica, mas que mantém elementos clássicos de Sandero e Logan. As lanternas do sedã seguem as do hatch, mas ele tem tampa do porta-malas bastante alta e curta, como no Chevrolet Joy (ex-Prisma).
Por dentro elementos horizontalizados trazem mais sofisticação à cabine. Os novos Sandero, Logan e Stepway trazem o mesmo volante e comandos do ar-condicionado digital do Duster. Há central multimídia flutuante nas versões mais caras, enquanto os modelos de entrada trazem um dock para celular como no Ford Ka.
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