Depois de tanto atraso (por conta da pandemia), finalmente, a Fiat Strada será oficialmente lançada nesta semana. Muito já se sabe sobre o modelo, como versões de acabamento, itens de série e, claro, o totalmente repaginado design, que agradou público e crítica pela aproximação com a irmã maior Toro. Mas sabia que até mesmo a proposta do veículo mudou? Se você via a picapinha da marca italiana como um mero veículo de trabalho, é bom rever seus conceitos.
Sem concorrência direta em algumas opções de carroceria, o modelo – que deve ficar na faixa entre R$ 60 mil e R$ 100 mil, dependendo dos opcionais – quer mergulhar de cabeça no mundo lifestyle. A ideia da Fiat é fazer da Strada um verdadeiro carro com caçamba.
Ao contrário do que se via até aqui, quando a Strada ainda seguia a receita do Palio, de 1998, a injeção de itens de série promete dar fôlego extra ao modelo. Reúne tecnologias como faróis full LED, central multimídia com tela de 7 polegadas e sensor de estacionamento traseiro na configuração mais cara, batizada como Volcano – à lá Toro.
Outro grande destaque da nova Strada é a configuração quatro portas para a cabine dupla, que leva cinco ocupantes. Antes, a Fiat apostava no formato porta suicida apenas em um lado da carroceria. Uma solução curiosa, mas não muito funcional para quem usa o veículo no dia a dia como meio de transporte e lazer.
Estratégia
Inicialmente, a ideia da Fiat é deixar a Strada atual como porta de entrada no segmento – assim como a GM faz com a dupla Onix e Joy, por exemplo. Porém, caso o valor de R$ 56.590 pedidos pelo modelo mais básico (Working 1.4) não baixe, a tarefa de permanecer no portfólio estará com os dias contados, certamente. Aliás, no site da marca, já tem promoção. Os microempresários que levarem a picape para casa – naquela versão espartana, que só tem ar, direção e o motor 1.4 Evo – têm desconto: sai por R$ 50.236.
Por falar em motor, este é outro ponto de inovação da Strada 2021. Embora o conhecido 1.4 continue em cena, a picape terá, também, a opção do moderno 1.3 Firefly – de até 109 cv e 14,2 kgfm – nas versões mais caras. O 1.8 16V da configuração topo atual fica de fora da gama.
Ainda na mecânica, é importante destacar que, mesmo com uma pegada mais moderna, a Strada não deixa as origens de lado e conserva alguns detalhes na nova geração, como o sistema de suspensões, por exemplo. Na traseira, tem eixo rígido e molas semielípticas para mais robustez mesmo com caçamba cheia. E o compartimento está maior: de 584 litros para 844 litros nas versões com cabine dupla. Motivo: as laterais são mais altas.
Compartilhamento de itens
Até agora, a Strada compartilhava plataforma, faróis, cabine e, praticamente, toda a dianteira com o finado Palio de primeira geração – a picape não acompanhou as atualizações do hatch. Porém, a história mudou. Em carreira solo, o modelo atual (feito sobre a base do Mobi, Uno e Fiorino) acabou adotando um verdadeiro mosaico para baratear custos.
A semelhança com a irmã maior Toro é inegável – uma excelente receita para abocanhar o consumidor que não tem ‘bala na agulha’, mas sonha com uma picape na garagem. Entretanto, as aparências enganam e, apesar da cara refinada, a Strada, para baratear custos, tem muito componente de Argo e Mobi, como portas e até painel.
A bela traseira da Toro serviu como fonte de inspiração para a equipe que bolou as linhas da nova Strada, porém, a tampa da caçamba mantém a abertura padrão (para baixo), nada de porta dupla. Resta saber se o peso diminuiu… Mas isso, só saberemos após o lançamento oficial, na sexta-feira (26).
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