Produzido no Japão desde 1982, o Nissan March – ou Micra como é conhecido em alguns mercados – é um dos modelos da Nissan mais populares no mundo.
Por aqui, o pequeno samurai chegou apenas em 2011, e já chegou mostrando a que veio. Para celebrar sua chegada por aqui, vamos contar um pouco da história deste samurai de bonsai.
1982
A primeira geração do Nissan Micra – como é conhecido no Japão – foi apresentada em 1982 e tinha como objetivo substituir o Nissan Cherry – que nasceu primeiro como Datsun e depois foi adicionado ao portfólio da Nissan. Mesmo sendo um hatch compacto, o Nissan Micra tinha um bom aproveitamento interno de espaço.
O pequenino tinha 3,79 metros de comprimento, 2,30 de entre eixos, e usava e abusava de linhas retas como mandava o figurino dos anos 1980. O design era simples e bem carismático, se assemelhando um pouco com os concorrentes europeus – como o Opel Corsa, por exemplo. Ele vinha com duas opções de motor – 1.0 de 50, 55 ou 60 cv e 1.25 de 60 cv – e ainda podia contar com câmbio manual de 4 ou 5 velocidades ou automática de 3 velocidades.
Após conquistar grande público no Japão, a Nissan decidiu expandir as vendas para o velho continente, onde começou a produzir o Micra na Espanha, para confrontar nomes de peso como Fiat Uno, Ford Fiesta, Opel Corsa e Peugeot 205. O pequeno Micra ganhou um motor turbo em 1985, que rendia 85 cv – um potente 1.0 – e fazia o pequeno alcançar os 160 km/h de velocidade máxima.
Mais tarde em 1988, a Nissan passava a oferecer um novo propulsor turbo, que contava com o auxílio de um compressor que fazia o motor render 110 cv. Além disso, o Micra ainda contava com um design mais agressivo, com a inclusão de faróis integrados a grade dianteira. Antes de mudar de geração, o Micra foi amplamente elogiado por diversas revistas europeias, que destacavam sua economia de combustível e sua estabilidade.
1992
A segunda geração do Nissan Micra ganhava um visual mais arredondado, e ganha mais tecnologia como motores de 4 cilindros e injeção direta de combustível. Além disso, o pequeno samurai adicionava a lista de itens de série, airbags, freios ABS e barras de proteção nas portas.
A segunda geração agora era feita na Inglaterra, e contava com um motor 1.5 feito em parceria com a PSA – Peugeot-Citroën. O design ficava mais amigável por conta do visual mais arredondado, mas ainda tinha uma forte conexão com o passado – mantendo o bom espaço interno e a economia de combustível.
O Micra trocou o câmbio automático por um CVT, e chegou a ganhar até uma versão conversível em 1997, aumentando assim a versatilidade do modelo. A segunda geração ficou em linha até 2002, quando a Nissan estreou um novo visual e uma nova plataforma – a do Renault Clio.
Renault-Nissan
Essa geração ficou conhecida pelo design mais moderno e muito ousado. Tão ousado que até chegou a causar um pouco de controvérsia. A dianteira contava com faróis amendoados e bem distantes da grade frontal que ficava mais baixa e abrigavam as luzes de indicação de seta.
Já a traseira tinha a janela em formato mais ovalado e lanternas diminutas e retangulares – o que não eram muito harmoniosas. No interior, a conversa era outra, uma vez que a Nissan apostava em linhas mais retas e elegantes, que em nada lembravam a carroceria.
Com a chegada da terceira geração em 2002, a Renault passava a ser a aliada da Nissan, e assim elas começaram a dividir tecnologias e plataformas. Com essa divisão de tecnologias, o Micra passou a ter mais ofertas de motores disponíveis – principalmente na Europa – e ainda conseguiu manter a versão conversível ainda por mais um tempo.
Taco de macarrão
A quarta geração do Nissan Micra, foi apresentada em 2010 e chegou por aqui em 2011 vindo importado primeiramente do México, e usando um motor 1.0 de 74 cv de origem Renault. Nessa nova encarnação, o Nissan March – como é conhecido por aqui – fez as pazes com o design mais harmonioso, conseguiu atrair mais clientes por conta do visual mais amigável.
Agora o pequeno abandonava a plataforma da Renault – embora ainda usasse seus motores em alguns mercados – e apostava em um motor de 3 cilindros – na Europa – com opção de vir também com injeção direta. Na Europa e no Japão, o Micra de quarta geração contava com duas opções de câmbio automático: tradicional de 4 velocidades ou do tipo CVT.
Já no mercado nacional, a produção do Nissan March começou em 2014, e desde então o hatch vem se mostrando um modelo econômico, valente e de manutenção barata. Ganhou uma versão sedã por aqui – o Versa – e até câmbio automático do tipo CVT. Atualmente, é possível encontrar unidades do modelo 0km com preços partindo de R$ 51.490, enquanto no mercado de usados, é possível encontrar unidades a partir de R$ 20.589 do ano 2012.
Croissant com saquê
Enquanto nós esperamos a quinta geração do Nissan March, os europeus e japoneses já podem apreciar o novo hatch. Agora o samurai volta a utilizar a plataforma da Renault – tanto é que é produzido na mesma fábrica que o Clio – e aposta em mais tecnologia e um design bem mais agressivo e moderno.
Assim como a geração anterior, o atual Micra tem também uma versão sedã – Versa – que teve seus dados e fotos revelados recentemente nos Estados Unidos – que é um dos grandes consumidores de sedãs pequenos – e prova que o samurai, tomou gosto pelo croissant.
Por aqui, a vinda da quinta geração ainda é meio nebulosa, alguns sites e revistas apostam na chegada do modelo entre 2020 e 2021. A base dele seria a mesma do SUV Kicks – com direito ao mesmo desenho de painel – enquanto a geração atual, serviria para ficar como modelo de entrada da marca por aqui. Cabe agora esperar para ver qual será o destino do Nissan March.
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