Com a promessa de ser a primeira fabricante 100% nacional a vender um carro elétrico para as massas, a Lecar anunciou nesta semana sua desistência do segmento. A empresa de capital 100% próprio de seu fundador, Flávio Figueiredo Assis, modificou os planos para agora produzir um híbrido nacional.
Segundo o release oficial divulgado pela assessoria de imprensa da Lecar, “a grandiosidade dos carros elétricos era muito mais um sonho do que uma realidade benéfica para o mercado”. Ou seja, a empresa bateu de frente com alguns problemas na construção e distribuição, mas principalmente no uso de seu carro elétrico.
O comunicado continua dizendo que “por mais que as contribuições destes modelos ao meio-ambiente sejam indiscutíveis, na prática, a prevalência deste nicho pode trazer mais transtornos do que verdadeiras soluções à mobilidade”. A primeira parte do comunicado finaliza dizendo que a Lecar desistiu de fazer um carro elétrico, mas que fará um híbrido.
O projeto do Lecar 459, que agora passará a ser híbrido, vai usar tecnologia voltada ao etanol. Segundo a empresa, a escolha se deu porque “com ele, 80% das emissões de CO2 de um motor a combustão são compensadas com o seu próprio cultivo, o que fez com que priorizássemos essa matéria-prima perante um uso mais eficiente”.
Questões estruturais
Para a Lecar, o grande problema dos carros elétricos é a estrutura, onde um carregador rápido passa de R$ 1 milhão. “Estamos muito longe de termos a quantidade de carregadores necessária para popularizar este tipo de veículo em todo o país. Precisaremos de bilhões em investimentos para termos as condições adequadas”, lamenta o fundador da marca, Flávio Figueiredo Assis.
O restante do comunicado bate na tecla de que o conceito do carro elétrico não evoluiu ao longo dos anos, permanecendo igual ao dos anos 1980. Além disso, a empresa ressalta que “nítido que esses são veículos mais propícios para ambientes urbanos e que, portanto, fazem sentido apenas para um grupo específico de uso – tais como motoristas de táxi e aplicativos, ônibus e caminhões”.
Você acha que a aposta da Lecar em híbridos vai funcionar? Conte nos comentários.