Depois de 12 anos de mercado e quase 1 milhão de unidades vendidas, a Volkswagen Amarok 2023 finalmente estreia como uma nova geração. Mas você que é brasileiro, como eu, não deve se empolgar. Afinal, a nova caminhonete média não será vendida no Brasil, muito menos em países vizinhos ao nosso. Por aqui, teremos um tapa no visual da velha Amarok somente.

Como já não era segredo para ninguém, Volkswagen Amarok e Ford Ranger agora são mais próximas do que nunca. As novas gerações das duas foram desenvolvidas conjuntamente para redução de custos e como parte da parceria entre as duas marcas no segmento de veículos comerciais e elétricos.

Maior e mais potente

Como resultado, a Amarok está 9,6 cm maior, batendo os 5,35 m de comprimento. Além disso, ganhou 17,3 cm a mais no entre-eixos (registrando 3,27 m) para privilegiar os ângulos de entrada e saída da caminhonete. A largura agora é de 1,91 m, ou seja, 3,4 cm menor do que antes. Enquanto a altura desceu em 1 cm, marcando 1,88 m.

Já que a Volkswagen se preocupou em melhorar os ângulos off-road da Amarok, ela também ganhou um reforço eletrônico nessa área. A tração 4×4 chamada pela VW de 4Motion tem seletor eletrônico e agora pode tracionar as quatro rodas a todo o momento, mantendo a função travada. A capacidade de submersão subiu para 80 cm (50 cm antes).

Os motores também mudaram, sendo alguns de origem Volkswagen e outros Ford, além disso, eles variam de acordo com o mercado. As versões de entrada usam o 2.0 TDI quatro cilindros turbo diesel de 148 cv, mas há uma variante de 168 cv do mesmo motor. Com dois turbos, a potência sobe para 201 cv ou 207 cv, dependendo do mercado.

No topo da gama temos o novo motor 3.0 V6 de 238 cv ou 247 cv. Mas para quem quer potência de verdade, mas menos torque, a Volkswagen Amarok 2023 tem o motor gasolina 2.3 EcoBoost da Ford com quatro cilindros e 298 cv. Uma picape desse tamanho gasolina jamais seria vendida no Brasil. Ainda que essa geração da Amarok não tem chances de vir para cá.

A transmissão varia de acordo com a potência. As versões da caminhonete com até 201 cv usam caixa automática de seis marchas ou manual de seis ou cinco marchas. Já as versões de 207 cv em diante usam o câmbio automático de dez marchas do Chevrolet Camaro e do Ford Mustang. Ou seja, agora Ford, Volkswagen e Chevrolet usam o mesmo câmbio automático.

Evolução, não revolução

Como é típico da Volkswagen, ao mudar um modelo de geração a marca prefere fazer seu design evoluir, não mudar completamente. Prova disso é que, apesar das mesmas portas da Ranger e de diversos componentes compartilhados, ela tem cara de Amarok e elementos da geração anterior intactos.

Prova disso é o formato dos faróis, que está mais anguloso, mas mantém o estilo básico da Amarok original. Eles são full-LED nas versões mais caras e se ligam à grade frontal, que está incorporada a um elemento em X até o final do para-choque. Um pouco Mitsubishi L200 Triton? Sim, mas sem parecer cópia.

A traseira é bem original, com lanternas de LED bem finas, sendo a parte interna na cor da carroceria. É um estilo de carro conceito bastante interessante. O nome Amarok agora vem estampado em baixo relevo na tampa da caçamba tal qual a Ford Maverick. A ligação com o modelo anterior está nas caixas de rodas quadradas e no santantônio de plástico.

Por dentro é uma verdadeira mistura de elementos. O volante parece o do Nivus, mas com miolo um pouco mais gordo, enquanto a central multimídia vertical é a Ford SYNC4 que estreou no Mustang Mach E. Chaves de seta e comandos dos faróis são da Ford, mas o desenho das portas é quase igual ao da Amarok anterior.

E finalmente chega acabamento de Gol: a caminhonete ganhou painel com revestimento de couro na parte superior e elementos macios ao toque. A manopla de câmbio faz lembrar modelos da Audi, enquanto os botões da central multimídia tem um quê de Peugeot.

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