Desbravar o Brasil! Podemos dizer que é por aí a proposta da ‘Expedição Nissan: Na Rota dos Patrimônios do Brasil’, cuja segunda etapa foi realizada na primeira quinzena desse mês, entre os dias 10 e 13 de março.
A expedição não só demonstrou as capacidades do veículo, colocado à prova durante três dias, como ajudou na divulgação dos patrimônios culturais e naturais desse Brasil afora. E, dessa vez, foi o centro-oeste do país o ponto de partida da segunda etapa da expedição da marca japonesa. A primeira edição do projeto foi realizada em 2017 e 2018.
Qual o carro da aventura?
Assim como nas edições anteriores da expedição Nissan, o carro escolhido para se desbravar esse ‘Brasilzão’ foi a Frontier, picape média com aptidão tanto para estradas pavimentadas quanto para pistas de terra – local onde a tração 4×4 foi bastante exigida, vale ressaltar.
E a picape entrou na linha 2020 com algumas mudanças, que basicamente se resumem ao visual, além de alguns equipamentos adicionais. Vamos começar com a versão topo de linha LE, que agora ostenta os emblemas ‘4×4’ na lateral da caçamba e ‘Biturbo’ nos para-lamas, isso um pedido dos clientes, segundo a marca. Além disso, a Frontier mais cara da gama passa a vir equipada com protetor de caçamba e frisos nas portas.
Já a intermediária XE passa a vir, de série, com novas rodas de 18 polegadas, enquanto que a variante com pegada aventureira, Attack, agora vem com rodas pintadas de preto. Na versão de entrada, intitulada S, houve troca das antigas rodas de aço por um jogo de rodas de liga-leve aro 17 – o que a fez perder um pouco seu ar espartano de picape de trabalho.
Dia 10 de março (1º dia)
Logo depois do desembarque no Aeroporto Internacional de Brasília, todos os expedicionários (inclusive eu) foram levados até o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan. E foi a partir de lá que a ‘Expedição Nissan: Na Rota dos Patrimônios do Brasil’ começou! O bacana é que a ação contou com uma turma boa: a Nissan montou uma frota com 16 unidades da Frontier para embarcar nessa aventura.
No primeiro dia de expedição, rodei na versão topo de linha da Frontier, a LE. Nela, há todos os equipamentos possíveis na gama, com destaque para os seis air bags, teto solar e câmera com visão 360 graus – mesmo equipamento que você encontra no Kicks. E, olha, em um veículo com mais de 5 metros de comprimento, a câmera 360º se mostrou bastante útil.
Saindo do Iphan, rodamos por Brasília, que tem o título de cidade com a maior área tombada do mundo, com 112,25 km². Pelas ruas bem pavimentadas – e largas – da capital federal, a Frontier se comportou bem, transmitindo bastante suavidade para a cabine ao passar pelas lombadas, um dos poucos obstáculos da planíssima Brasília.
No roteiro, a primeira superquadra do Plano Piloto, a ponte JK e o eixo Monumental, avenida localizada no centro do Plano Piloto de Brasília, ou seja, onde estão algumas das maiores obras de Oscar Niemayer, como o Palácio do Itamaraty, Congresso Nacional e Palácio do Planalto.
Com os principais pontos relevantes da Capital Federal vistos, é hora de rodar mais de 200 quilômetros para chegar em Alto Paraiso de Goiás (GO).
Dia 11 de março (2º dia)
Já o segundo dia de expedição (11 de março) foi a data que nos deslocamos, logo pela manhã, até o belo Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. No trajeto até lá, rodovias quase totalmente formadas por retas que cortam o Cerrado, onde a Frontier (dessa vez na versão intermediária XE) se saiu como um automóvel de passeio em velocidades de cruzeiro.
Um dos poucos momentos que ela fazia lembrar que eu estava ao volante de uma picape, era quando passava sobre os desníveis de pontes, situação na qual a suspensão transferia solavancos para a cabine de forma mais intensa.
Na parte da tarde, chuva intensa e estrada de terra. Combinação perfeita para quem curte um off-road, não? Entro devagar na estrada de terra e ligo a tração 4×4, que já começa a mostrar como é importante nessas horas.
Estrada de terra batida, que depois começa a apresentar infinitos facões – nome dado no universo off-road para as marcas deixadas pelos pneus do carro à frente. São verdadeiras valetas bruscas onde a picape atravessou sem sustos, pois basta manter a aceleração constante (e manter o 4×4 acionado) em segunda marcha para seguir adiante, evitando atolamentos.
Cronograma cumprido, hora de voltar para a pousada e descansar para o dia seguinte.
Dia 12 de Março (3º e último dia)
No terceiro e último dia da expedição, partimos de Alto do Paraíso de Goiás em direção a São João D’Aliança, cidade com a cachoeira mais alta do estado de Goiás: a Cachoeira do Label, com 187 metros de altura. Após a contemplação da natureza, subimos 1.200 metros rumo ao topo da serra de São João D’Aliança. Aqui a visão do Cerrado goiano é de aplaudir.
No trajeto, muito off-road com direto a subidas bem íngremes para desafiar o 2.3 turbodiesel de 190 cv e 45,9 kgfm de torque da Frontier, que tracionou bem com o 4×4 ‘básico’, sem que eu precisasse acionar a reduzida em nenhum momento.
Além do percurso na terra, a picape também teve que atravessar rios, aliás, bastante cheios por conta das fortes chuvas que caíram na região. Posso afirmar que passar por esses rios foi uma experiência interessante, mas felizmente um tanto menos ‘radical’ do que as enchentes que já peguei na cidade de São Paulo.
Por fim, depois dos mais de 90 quilômetros rodados por estradas de terra, saímos em uma rodovia que decretava o término da parte aventureira da expedição. E olha: os bancos dianteiros com a chamada ‘Gravidade Zero’ da Nissan realmente são confortáveis, pois rodamos mais de 700 km em pouco mais de três dias e a coluna continuou intacta. Que venha a próxima expedição!
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