A startup de veículos elétricos Fisker entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos após meses de problemas de qualidade com seu SUV Ocean, uma tentativa fracassada de parceria com uma grande montadora e perdas de centenas de milhões de dólares.
A unidade operacional da empresa, Fisker Group, entrou com o pedido de falência do Capítulo 11 em Delaware em 17 de junho, listando ativos estimados entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão, e passivos entre US$ 100 milhões e US$ 500 milhões.
De acordo com o documento apresentado à justiça, a Fisker possui entre 200 e 999 credores. O pedido protege a empresa dos credores enquanto ela trabalha em um plano para pagá-los.
“Assim como outras empresas do setor de veículos elétricos, enfrentamos diversos obstáculos do mercado e macroeconômicos que afetaram nossa capacidade de operar com eficiência”, afirmou a Fisker em comunicado.
“Ao avaliar todas as opções para nosso negócio, determinamos que seguir com a venda de nossos ativos sob o Capítulo 11 é o caminho mais viável para a empresa”, acrescentou o comunicado da fabricante.
A Fisker disse que seguirá os procedimentos habituais junto à corte de falências para garantir que suas operações reduzidas possam continuar, incluindo o pagamento de seus funcionários, a preservação de determinados programas para clientes e a compensação de alguns fornecedores. A pausa anterior na produção da Fisker continuará em vigor.
Fisker e a Nissan
O término das negociações em março com uma grande montadora levou a Fisker a buscar opções estratégicas, incluindo reestruturações dentro ou fora do tribunal e transações nos mercados de capitais. A agência Reuters havia relatado que a Nissan estava em negociações avançadas para investir na Fisker em um acordo que daria à montadora japonesa acesso à picape elétrica Alaska. No entanto, isso não aconteceu.
A empresa levantou dúvidas sobre sua capacidade de se manter em operação em fevereiro e havia pausado investimentos em projetos futuros até que conseguisse uma parceria automotiva. A Fisker também anunciou que reduziria sua força de trabalho em cerca de 15% devido às dificuldades para vender seus veículos elétricos Ocean.