Os carros importados estão em alta no Brasil. Dados recentes indicam uma mudança significativa nas dinâmicas de importação e exportação de veículos. Analisando os primeiros cinco meses de 2024, houve um aumento de 40,3% nas importações de veículos leves, alcançando 156.827 unidades.
Por outro lado, as exportações sofreram uma redução de 29,7%, totalizando 136.342 veículos. Essa reversão é atribuída à crescente presença de modelos eletrificados no mercado, particularmente aqueles provenientes da China, que intensificaram suas exportações para o Brasil.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores () está em alerta diante dessa tendência. O presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, enfatizou a necessidade de cautela, principalmente em relação aos produtos chineses que dominam as importações. Em resposta a essa dinâmica, a Anfavea propõe antecipar a aplicação da alíquota de 35% do Imposto de Importação sobre os carros eletrificados.
Carros chineses em alta
Dos 157 mil veículos importados até agora em 2024, cerca de 42,8 mil são originários da China – um salto impressionante de 510% em relação ao ano anterior. Outros grandes exportadores para o Brasil incluem a Argentina, com 72,1 mil unidades e o México com 17,8 mil.
Atualmente, marcas chinesas como BYD e lideram as importações no país. Ambas planejam iniciar a produção local e atualmente vendem apenas modelos híbridos e elétricos. A política tarifária sobre veículos eletrificados está em transição: após ter sido zerada, a alíquota começou a aumentar gradualmente desde janeiro deste ano e está programada para atingir os 35% em 2026.
O impacto dessas mudanças já se reflete na composição do mercado automotivo brasileiro: os carros importados representavam apenas 12% do total em 2021; essa participação aumentou para 17,1% em 2024.
Essa inversão nas tendências de comércio reflete não apenas as mudanças nas preferências dos consumidores brasileiros, mas também destaca desafios estratégicos importantes para a indústria automobilística nacional frente à crescente concorrência internacional e à transição para carros mais sustentáveis.
Acredita que o mercado brasileiro ainda pode reverter esse cenário? Deixe nos comentários a sua opinião.