Carro mais vendido do Brasil há anos, o Chevrolet Onix ainda tem de lidar com reflexos do polêmico teste de impacto do realizado em maio de 2017, onde ele ganhou zero estrelas. Agora, o Ministério Público Federal está requerendo um recall de 1,3 milhão de unidades, mas de realização praticamente impossível.

Quando o hatch compacto foi aprovado com três estrelas em 2014, o Latin NCAP ainda não fazia testes de impacto lateral e o crash-test frontal não era tão exigente. Pouco antes do segundo teste do Onix ser feito, as regras mudaram e ele não havia passado por mudanças e melhorias de segurança. Como resultado, zerou nos testes.

O Ministério Público Federal em conjunto com o Ministério Público de Minas Gerais entrou com ação civil contra a General Motors para que 1,3 milhão de unidades do Onix fabricadas desde 2012 até 2018 sejam modificadas para atender às exigências do teste do Latin NCAP.

O problema é que essa atualização de segurança envolve mudanças de materiais usados na carroceria, partes estruturais e novos componentes. Adaptar esses itens em Onix que já estão nas ruas, exigiria um intenso trabalho de funilaria que removeria sua originalidade e poderia, inclusive, comprometer ainda mais a segurança.

Um recall dessas proporções afetaria financeiramente a Chevrolet em cheio, além de não ter efetivo resultado para que os Onix mais antigo se tornem mais seguros. Além disso, diversos carros da época teriam resultado semelhante (ou pior) em testes feitos com as atuais regras do Latin NCAP.

A Chevrolet afirma que “o carro sempre atendeu todas as especificações legais de segurança veicular exigidas no Brasil”, o que de fato procede, visto que até a mudança de regras do Latin NCAP, o Onix cumpria com todas as exigências feitas. As regras endureceram, o Onix falhou e logo em seguida a Chevrolet mexeu no projeto para aumentar a segurança.

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