Fãs dos carros japoneses sabem o quão importante para a história da Mazda é o motor rotativo. Usado por seus esportivos de elite, mas consagrado pelo RX-7, o motor deixou de ser usado em 2012 quando o RX-8 morreu. Foram 11 anos de espera, mas finalmente o motor rotativo voltou, só que a decepção foi tão grande quanto a espera.
Já era certo que a Mazda usaria esse motor rotativo como um auxílio para seu carro eclético MX-30. Afinal, o SUV cupê elétrico tinha uma pífia autonomia de apenas 169 km de acordo com o ciclo EPA ou 200 km medido pelo WLTP. Até mesmo um Renault Kwid E-Tech ou um JAC E-JS1, carros elétricos de baixo custo, rodam bem mais quilômetros.
Para contornar a situação, a Mazda trouxe o motor rotativo de volta com 803 cc e um rotor único. Ele funciona somente como gerador de energia para o sistema elétrico, permitindo que a autonomia suba dos 200 km para 600 km – enquanto isso muitos carros elétricos de porte semelhante fazem a mesma autonomia sem ajuda do motor a combustão.
Para chegar a tal resultado, a Mazda instalou um tanque de 50 litros e reduziu a bateria em 50%. Sai de cena o sistema de 35,5 kWh e entra um novo de 17,8 kWh. A redução também fez com que o tempo de carregamento aumentasse, visto que ele só aguenta agora 36 kW de carga contra 50 kW do modelo totalmente elétrico.
Além do aumento de autonomia, o sistema elétrico ficou mais potente no novo Mazda MX-30 com motor rotativo. Ele foi de 145 cv para 166 cv e o torque cresceu de 20,4 kgfm para 26,5 kgfm. O tempo de 0 a 100 km/h caiu de 9,7 segundos para 9,1 segundos, enquanto a velocidade máxima permaneceu em 140 km/h.
Com números como esse, fica claro que a Mazda só está fazendo um carro elétrico porque é obrigada. Prova disso são os números de performance decepcionantes, que o tornam mais lento que um Peugeot e-208, autonomia menor que um Kwid elétrico e torque igual ao de um motor 1.0 TSI da Volkswagen. Nem mesmo o novo modelo que resgata o icônico motor rotativo conseguiu salvar o Mazda MX-30.
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