O percentual de etanol na gasolina pode subir no Brasil. Isso porque o presidente Michel Temer está preparando um decreto para aumentar a quantidade do álcool sobre a gasolina, que atualmente é de 27% em sua composição. Caso seja aprovada, a medida poderá elevar aos poucos esse percentual, passando para 30% em 2022 e para até 40% em 2030.
Antes mesmo desse decreto, a recomendação da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) é que carros movidos a gasolina sejam abastecidos com combustível que tenha no máximo 25% de etanol. O problema é que atualmente a gasolina comum oferecida nos postos contém 27% de etanol, ou seja, os proprietários de carros a gasolina já deveriam abastecer com gasolina premium (Podium, V-Power Racing e Octapro), que custa mais caro e nem sempre está disponível nos postos Brasil afora.
A Anfavea faz essa recomendação pois a gasolina com mais de 25% de etanol prejudica o funcionamento do motor, causando até a corrosão de componentes. Isso vale também para modelos produzidos na década de 1990, que ainda representam uma boa parcela dos veículos em circulação pelas ruas. Já os carros flex o consumo irá aumentar.
De acordo com o , a medida tem a ver com a regulamentação do programa de biocombustíveis (RenovaBio), que estipula a redução de combustíveis derivados do petróleo (como a gasolina) em favor do aumento da participação de combustíveis menos prejudiciais ao meio ambiente, como o etanol.
No entanto, a medida — defendida pelo setor de produção de cana de açúcar — pode impactar o preço da gasolina com aumento de até R$ 0,06 por litro nos postos de combustíveis, segundo consultorias entrevistadas pela publicação. O curioso é que o Governo perderá na arrecadação de impostos cobrados sobre a gasolina, pois haverá redução de PIS, Cofins e Cide por conta da gasolina com maior teor de etanol na sua composição. De acordo com economistas, o Governo perderá cerca de R$ 4 bilhões em tributos.
Ou seja, além de prejudicar o consumidor ao limitar seu acesso a uma gasolina mais pura, o Governo deixará de arrecadar impostos sobre a gasolina para “estimular” o setor de produção de cana de açúcar.
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