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Latin NCAP bate de frente carros com 22 anos de diferença

Para provar a evolução da tecnologia e criticar carros velhos ainda à venda, Latin NCAP bate duas gerações da Partner de frente

Projeção da caminhonete da Chery [reprodução/CarScoops]
Projeção da caminhonete da Chery [reprodução/CarScoops]

Ainda que esteja se tornando cada vez menos comum, ainda é hábito de algumas montadoras na região latinoamericana oferecer carros de gerações velhas como modelos 0km. A Peugeot é um exemplo disso, vendendo a primeira geração da Partner, lançada em 1996, junto da atual geração feita desde 2022. 

Para provar a diferença de segurança e qualidade de construção de mais de 20 anos de desenvolvimento, o colocou à prova a Partner Patagónica vendida na Argentina e a nova geração para um choque de frente. O modelo velho, originalmente lançado em 1996, ainda é vendido na Argentina, enquanto o novo foi comprado no Chile.

O teste consistiu em bater metade da frente de uma Partner, com metade da dianteira de outra. O foco era o lado do motorista, simulando um choque que poderia acontecer na rua caso um dos Peugeot entrasse na contramão. A batida ocorreu com os dois carros a 56 km/h – ou seja, velocidade de uma via urbana movimentada.

O teste mostrou que o motorista da velha Partner provavelmente morreria no acidente, tendo ferimentos graves nas pernas e tórax. Além disso, a carroceria se deformou demasiadamente, a ponto de impedir uma abertura fácil das portas para resgate correto dos passageiros internos. Até o passageiro dianteiro apresentou ferimentos perigosos.

Já na nova geração, chamada em alguns mercados de Rifter, a van compacta da Peugeot mostrou proteção marginal somente para o passageiro frontal, enquanto o restante dos passageiros estava todo protegido. A estrutura do carro foi elogiada, além da presença de itens de segurança importantes, como seis airbags.

Peugeot Partner Patagónica e Rifter [Latin NCAP]
Peugeot Partner Patagónica e Rifter [Latin NCAP]

Alejandro Furas, Secretário Geral do Latin NCAP e do Global NCAP, disse: “este resultado alarmante, para um veículo desenvolvido há mais de 25 anos e ainda vendido como novo na Argentina, põe em dúvida a liderança global da Peugeot em segurança veicular”.

O executivo ainda completa dizendo que: “em um momento em que os padrões corporativos globais visam investir em empresas onde os direitos humanos são respeitados, é hora de os parceiros da Stellantis considerarem um cenário semelhante, pois os direitos humanos em termos de segurança veicular não estão sendo respeitados.

“Esperamos que esse teste seja um alerta para os consumidores, autoridades e fabricantes de veículos. Todos os consumidores, independentemente de onde moram ou de quanto pagam, têm direito ao mesmo padrão de segurança veicular. Essa lacuna de segurança não deveria mais existir. Pedimos à Stellantis e a outros fabricantes que parem de usar estraté;gias de duplo padrão em todo o mundo”.

Você acha que, mesmo custando pouco, é ainda aceitável ter carros velhos em linha no Brasil e na América Latina? Conte nos comentários.

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