Ainda sem nome definido, por isso vamos seguir o chamando de mini Renegade, o novo SUV de entrada da não será vendido no Brasil. Com visual que mescla elementos do Compass com outros do Renegade, mas com base de Peugeot 208, o SUV compacto foi descartado para o nosso país em forma elétrica.

“Não faz sentido para o Brasil um carro elétrico abaixo do Renegade”, afirma Alexandre Aquino, head da Jeep na América Latina, ao Auto+.

O executivo admite que o modelo não faz sentido para o Brasil que ainda não tem estrutura para carros totalmente elétricos e não está pronto para migrar para algo abaixo do Renegade. E ele tem razão: o mini Renegade tem porte muito próximo ao Fiat Pulse e poderia canibaliza-lo em algum momento.

“Esse tipo de carro faz muito sentido para a Europa, mas não para o Brasil ou EUA”, completa Aquino.

A grande questão é que o mini Renegade poderia custar tão caro quanto um Compass ou até o mesmo de um Commander só por ser elétrico. O Peugeot e-208, que divide plataforma com o modelo da Jeep, custa R$ 245 mil no Brasil, é um valor acima do Compass mais caro (Traihawk diesel ou Limited diesel de R$ 233.200) e o equivalente a um Commander Overland flex (R$ 242.384).

Jeep Commander Overland Flex [Auto+ / João Brigato]

Outra possibilidade?

A Stellantis é bem estratégica na criação da escada de SUVs entre Fiat e Jeep para evitar canibalização. Ela poderia ter feito o Fiat 500X no Brasil, que não passa de um Renegade italiano, mas preferiu dar prioridade ao Jeep. Assim como mirou o preço do Pulse topo na porta de entrada do Renegade.

Com o Fiat Fastback, ela vai começar a entrelaçar as duas marcas, mas esse movimento de colocar a Jeep um degrau abaixo poderia ser perigoso. Aquino, não mencionou se o mini Renegade pode, por ventura, ser vendido por aqui um dia em versão a combustão. A princípio esse carro terá só versões elétricas.

Peugeot 208 Griffe [Auto+ / João Brigato]

Contudo, a Índia já trabalha em um mini Renegade há tempos e pode justamente ser esse modelo revelado na Europa como elétrico. A base modular CMP da Peugeot permite isso, tanto que o faz com o 208. Essa seria uma estratégia para trazer de volta a Jeep ao mercado abaixo de R$ 100 mil.

Entretanto dois empecilhos se formam. O primeiro é prejudicar as vendas do Renegade, que é o campeão da categoria dos compactos. Já o segundo é barrar o sucesso do Fiat Pulse, que começou agora sua carreira e não pode correr o risco do fogo amigo vindo da Jeep: já não basta a rivalidade com o Citroën C4 Cactus dentro do grupo.