Silverstone é um palco memorável para a Fórmula 1. Foi exatamente neste autódromo que a categoria disputou sua primeira corrida na história, em 1950. E desde o último domingo, 14 de julho, esta pista, que um dia já foi apelidada de ‘Silva-stone’ em função das incontáveis vitórias de Ayrton Senna da Silva nas categorias de base, tem um novo rei.
O ídolo local Lewis Hamilton venceu pela sexta vez o Grande Prêmio da Inglaterra, isolando-se como o maior vencedor desta prova em todos os tempos. Antes, estava empatado com o francês Alain Prost e o também britânico (escocês) Jim Clark, com cinco vitórias para cada um. Depois de cruzar a linha de chegada, Hamilton desfilou com a bandeira da Grã-Bretanha.
Uma imagem que fez lembrar as igualmente históricas conquistas de Senna no Brasil. Pra alcançar este resultado, Hamilton teve de superar um companheiro de equipe que parecia especialmente inspirado. Valtteri Bottas fez a pole position e liderou a primeira parte da prova, com direito a um abusado ‘troco’ em um duelo roda a roda com Hamilton.
O britânico chegou a ultrapassá-lo na quarta volta, mas Bottas jogou duro e retomou a posição pouquíssimos metros depois. Só que a batata de Bottas assou definitivamente quando vieram os primeiros pit stops. Hamilton optou por parar depois e usaria o tempo de pista livre para ganhar vantagem em relação ao adversário.
Só que como todo campeão também precisa de uma boa dose de sorte, enquanto Hamilton pisava fundo, o italiano Antonio Giovinazzi, da Alfa Romeo, rodou e foi parar na brita, forçando a intervenção do safety car. Melhor pra Hamilton! Ele recolheu imediatamente aos boxes com a corrida em ritmo lento, fez sua troca de pneus e voltou à frente de todo mundo.
Mas o GP da Inglaterra foi muito mais do que um simples duelo Hamilton e Bottas. Rivais desde os tempos de kart e com os ânimos alterados desde a discussão da corrida anterior, na Áustria, Charles Leclerc, da Ferrari, e Max Verstappen, da Red Bull, protagonizaram outro belíssimo espetáculo, inclusive batendo rodas!
Verstappen tomou a posição de Leclerc quando os dois foram juntos para o pit stop, na 13ª de 52 voltas, mas acabou sendo ultrapassado de novo logo depois, em função de um erro. A briga seguiu até a Ferrari estragar de vez a prova de Leclerc – demorando pra chamar o piloto monegasco de volta aos boxes durante a intervenção do safety car.
A briga de Verstappen, então, passou a ser com Sebastian Vettel, mirando o terceiro lugar no pódio. Só que depois de uma bela ultrapassagem na 37ª volta, Verstappen foi simplesmente abalroado por Vettel, que cometeu um erro bisonho (mais um), perdeu a freada e encheu a traseira do carro da Red Bull.
Em uma atitude de verdadeiro campeão que é, Vettel foi o primeiro a reconhecer o erro e se desculpar com Verstappen. Importante destacar também a bela corrida que fez Pierre Gasly, companheiro de equipe de Verstappen. Bastante pressionado pelo mau desempenho do primeiro semestre, desta vez ele foi bem, chegando em quarto lugar.
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