A Volkswagen já tem como certo seu destino para o futuro no Brasil: diminuir a emissão de carbono. Para isso, investirá na produção e desenvolvimento de carros híbridos flex por aqui, além de importar alguns elétricos. Antes de bater o martelo, no entanto, estuda as possibilidades. E entre elas estão os equivalentes elétricos de Fusca e Tiguan.
O Auto+ teve um primeiro contato com os irmãos ID.3 e ID.4 na fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, divisa com a capital paulista. Ainda não pudemos andar neles, mas um vídeo completo com as primeiras impressões estáticas será publicado muito em breve no nosso canal – sendo o primeiro o ID.3 já no próximo sábado (30 de outubro).
Fusca dos elétricos: ID.3
O primeiro carro elétrica da linha ID da Volkswagen foi o ID.3. E seu nome não é exatamente algo aleatório. O 3, além de revelar seu posicionamento na gama, tem relação direta com o fato de ser o terceiro carro mais importante da história da marca. O primeiro é o Fusca, o segundo o Golf. O ID.3 promete ser o terceiro ponto de revolução da marca.
As fotos até enganam sobre as proporções dele ao vivo. Ele tem porte de um Golf, mas com altura puxada para uma minivan, além de ser bem mais largo do que de fato parece. Na fira métrica são 4,26 m de comprimento (igual a um Golf), largura de 1,80 m (mais largo que um T-Cross) e altura registrando 1,44 m (equivalente ao Polo).
Esteticamente ele é completamente diferente de tudo que existe entre os Volkswagen hoje em dia, mas com referências a modelos icônicos. A carroceria é quase monovolume, com para-brisa bem inclinado capô curto e rodas (enormes) nas extremidades. A grade iluminada, que aqui estreou no Taos, na realidade é original do ID.3.
Ela fica conectada aos faróis arredondados, que trazem o mesmo visual em todos os modelos da família de elétricos da Volkswagen. Na traseira, referência ao Golf e ao up!. Do hatch médio veio o desenho das lanternas espichadas e quadradas, enquanto do subcompacto veio a tampa do porta-malas pintada em preto.
A cabine é arejada, minimalista, mas ainda com cara de Volkswagen. O volante é o mesmo do Nivus, mas com comandos sensíveis ao toque. Ela é acoplada ao minúsculo painel de instrumentos totalmente digital e também à alavanca de câmbio retangular. Há botão de partida na coluna de direção, mas ele é apenas redundante para ligar o ID.3 e sair andando.
O acabamento está no mesmo nível do Taos. Tem superfície macia ao toque onde há material com coloração diferente, mas o restante é plástico duro. Um plástico de qualidade, mas ainda assim duro. No modelo que tivemos o primeiro contato, havia couro branco no volante e um interessante tecido nos bancos.
ID.4, o TIguan dos elétricos
Outra proposta da Volkswagen para o Brasil é o ID.4. O primeiro SUV elétrico da marca tenta se posicionar como um modelo de porte intermediário entre o Taos e o Tiguan Allspace. Na realidade, ele tem o mesmo porte do Tiguan curto não vendido no Brasil. O visual, no entanto, apela muito mais para a esportividade.
Ele tem exatamente o mesmo entre-eixos do ID.3, de 2,77 m. Contudo, o SUV chega a 4,58 m de comprimento, 1,85 m de largura e 1,64 m de altura. O design é mais musculoso, com rodas de 21 polegadas, plástico preto na parte inferior da carroceira, teto baixo e mais elementos horizontalizados para torna-lo mais baixo visualmente.
Grade iluminada e faróis como os do ID.3 estão lá, mas o para-choque do ID.4 tem entradas de ar mais parecidas com as do Nivus. Na traseira, ao contrário do SUV cupê brasileiro, o modelo elétrico tem lanternas conectadas que são iluminadas na parte central. Elas contam com efeito 3D e iluminação temática.
Por falar nisso, a Volkswagen diz que o LED é o novo cromado, por isso colocou luzes extras até dentro das maçanetas aerodinâmicas. Os logotipos, diferentemente de todos os outros carros da marca, são pintados em branco, não cromados.
A cabine é mais sofisticada que do irmão menor, com muito mais porções de materiais macios ao toque, incluindo na porta. A impressão de requinte na unidade testada era ainda maior pela presença de teto panorâmico fixo, bancos de suede preto e marrom, além de filetes de LED por diversos cantos da cabine.
Há também mais espaço com amplitude para três passageiros na traseira sem a menor dificuldade. Além disso, o porta-malas de 543 litros supera facilmente os 385 litros do ID.3 hatch. Outra vantagem é que o SUV tem abertura elétrica, enquanto o hatch é feita manualmente pelo logotipo da marca, como no finado Fox.
Quem, quando, onde e por quê?
A Volkswagen ainda não decidiu como vai ser feita a sua ofensiva de elétricos no Brasil. A marca tem à disposição o ID.3 e o ID.4, além do e-up! e do ID.6. E mesmo dentro das possibilidades dos modelos mostrados aqui no Brasil de antemão, existem muitas opções.
Os irmãos ID.3 e ID.3 contam com versões com 145 cv, 204 cv e 299 cv. Todas com tração traseira, o que torna o ID.3 ainda mais próximo do Fusca original. Já a autonomia varia. O hatch tem opções com 330 km, 420 km e 550 km rodados com uma carga completa. Já o SUV pode andar entre 348 km e 522 km, dependendo da versão.
Além disso, existem diversas versões com níveis de equipamentos diferentes. A Volks trouxe ambos na 1st Edition, a mais completa e recheada. Os primeiros testes com público serão feitos em breve para determinar os caminhos da marca no Brasil.
Nossa aposta é no ID.4, ainda que seja mais caro, o mercado de carros elétricos é mais amplo e aceito em faixas de preço mais alta. Visto que o Porsche Taycan é o carro elétrico mais vendido do Brasil e ele passa fácil de R$ 1 milhão. Teria poucos rivais em tamanho e preço, no caso Volvo XC40 e JAC E-JS4.
O ID.3 pode ser uma boa alternativa para preço, mas ai brigaria em um segmento já abarrotado com Chevrolet Bolt, Renault Zoe, Nissan Leaf, Fiat 500e, além do Mini Cooper SE.>>Volvo XC40 Elétrico quer lugar do Taycan e conseguirá | Impressões
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