Depois de uma estreia feita a conta-gotas, a Ford finalmente lançou oficialmente a Ranger 2024 no Brasil. E, pela primeira vez, é a marca do oval azul a puxar o ciclo de renovação das caminhonetes médias, ganhando uma nova geração antes de Toyota Hilux, Chevrolet S10, Mitsubishi L200 Triton e VW Amarok.
Ela estreia em seis versões, sendo que a XLT V6 abocanha o título de carro com motor seis cilindros em V mais barato do Brasil. Por R$ 289.990, derruba a Volkswagen Amarok Comfortline de R$ 296.890 desse posto. Aliás, só as duas versões de entrada das caminhonetes médias têm motor V6 e custam menos de R$ 300 mil.
Investimento forte
Para produzir a nova geração da Ranger na Argentina, a Ford investiu US$ 680 milhões em Pacheco. Segundo a marca, só sobraram as paredes originais da planta, que foi totalmente modernizada para a chegada da nova caminhonete. Novos processos produtivos foram introduzidos, incluindo robôs com soldas mais precisas e novos adesivos estruturais.
Encerrando os 11 anos de carreira da segunda geração da Ford Ranger no Brasil, o novo modelo promete elevar o volume de vendas e, potencialmente, atingir a liderança. Para isso, a Ford rodou com a picape em 23 estados brasileiros e 6 províncias argentinas em testes, alegando ser o mais severo programa de validação feito em um Ford nos últimos 12 anos.
Mudanças
A nova geração da Ford Ranger chega com 5,37 m de comprimento, 1,91 m de largura, 1,88 m de altura e 3,27 m de entre-eixos. Assim, a caminhonete média ficou 2 cm mais longa, 5 cm mais larga, 4 cm mais alta e teve o entre-eixos ampliado em 5 cm. Só que ao vivo a impressão é de bem mais.
Por conta do desenho quadrado e parrudo, inspirado em Maverick e , a nova Ranger tem mais presença que as rivais. A frente é bem quadrada, com grade frontal marcando presença junto dos faróis em C, acompanhados por um friso cromado igual ao da Maverick. O para-choque traz um falso quebra-mato que ajuda nessa impressão.
Com para-lamas mais bojudos por conta das bitolas 50 mm alargadas na dianteira e na traseira, a Ranger parece mais musculosa. Isso só foi possível porque agora o conjunto de amortecedores fica para o lado de fora das longarinas do chassi, permitindo melhor articulação do sistema e absorção de impacto.
As portas parecem as mesmas da geração anterior, mas não são por conta do vinco mais forte na parte superior. Na caçamba, marca presença o degrau lateral disfarçado por uma sessão de plástico preto. Para-choque cromado está presente somente na versão topo de linha Limited.
Temos ainda tampa da caçamba com o nome Ranger agora estampado direto no metal, como já acontece com a F-150 e com a Maverick. Lanternas com desenho novo lembram as usadas na Mitsubishi L200 Triton. Há ainda na caçamba régua em centímetros e apoiadores de morsa, além de molas para aliviar o peso da tampa na subida e descida.
Interior
A Ford Ranger estreia alguns elementos novos na categoria. Ela é a primeira a trazer painel de instrumentos totalmente digital (de série em todas as versões) e freio de estacionamento elétrico (só nas variantes V6). O painel de série é o de 8 polegadas, totalmente configurável. Já o de 12 polegadas, com mesmo layout da F-150, está só na Limited com pacote.
Com linhas horizontalizadas, a cabine da Ford Ranger está muito mais bonita e com aparência parruda. As influências mais fortes vieram da F-150, como o desenho das saídas de ar, presença de porta-luvas duplo, couro na parte superior do painel e também nas maçanetas embutidas no puxador da porta.
A central multimídia (10 ou 12 polegadas) é sempre vertical e traz novo sistema SYNC 4. O espaço traseiro foi ampliado, além de o banco ter ficado mais alto para permitir melhor acomodação dos joelhos. Com isso, a Ford promete que a Ranger é a melhor da categoria no quesito espaço interno, especialmente para quem se senta atrás.
Motores
Nesse primeiro momento, a Ford disponibiliza seis versões para a Ranger no Brasil. Metade delas com o motor mais fraco e a outra metade com a opção V6 inédita. Assim, as Ranger XL, XLS 4×2 e XLS 4×4 serão vendidas com o novo 2.0 quatro cilindros turbo diesel de 170 cv e 41,3 kgfm de torque.
Esse motor substitui o antigo motor 2.2 quatro cilindros turbo diesel que entregava 160 cv e 39,3 kgfm e fazia da Ranger o carro mais lento do Brasil. Lá fora, o novo 2.0 turbo diesel possui uma versão biturbo, mas que não foi cogitada para o nosso país. Na XL, o câmbio é manual de seis marchas, enquanto as duas XLS vem com a caixa automática de seis marchas.
Mas a grande estrela da linha 2024 da Ford Ranger é o motor V6. O novo 3.0 turbo diesel entra no lugar do 3.2 5 cilindros em linha com vantagem em potência e torque, além de consumo de combustível mais baixo. Ligado a um câmbio automático de dez marchas, o V6 traz 250 cv e 61,1 kgfm contra 200 cv e 47,9 kgfm do antigo cinco cilindros.
Oficialmente a Ford declarou 7,5 km/l na cidade e 11,8 km/l na estrada com o novo motor V6. Comparando com a Volkswagen Amarok V6, que faz 9 km/l na cidade e 9,7 km/l na estrada, a Ranger V6 é mais econômica só na rodovia. Já o modelo 2.0 turbo diesel faz 8,8 km/l na cidade e 14,7 km/l na estrada.
Itens de série
A versão de entrada XL vem equipada com rodas de aço de 16 polegadas calçadas em pneus 255/R70 R16 All Terrain, 7 airbags (frontais, laterais, cortina e de joelho para o motorista), direção elétrica com ajuste de altura e profundidade, ar-condicionado, vidros dianteiros e traseiros elétricos com função um torque e piloto automático.
Há ainda painel de instrumentos digital de 8 polegadas, central multimídia de 10 polegadas SYNC 4 com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, 4 alto-falantes, bancos revestidos em tecido, para-choques pretos, diferencial traseiro blocante, assistente de partida em rampa, assistente de descida, alarme, controle de tração e de estabilidade.
A versão XLS (com opção 4×2 ou 4×4) adiciona câmbio automático de seis marchas, rodas de liga-leve de 17 polegadas, para-choques na cor do carro, saída de ar para o banco traseiro, carregador de celular por indução, faróis full-LED, seletor de modo de condução com quatro opções, quatro entradas USB, partida remota, sensor e câmera de ré.
Para a Ranger XLT, além do motor mais forte, ela traz câmbio automático de dez marchas, volante revestido em couro, estribo lateral, sensor de chuva, comandos de voz, freio a disco traseiro, freio de estacionamento elétrico, start-stop, frenagem autônoma de emergência, leitor de placa de trânsito, sensor de estacionamento dianteiro, retrovisor eletrocrômico, trava elétrica e iluminação na caçamba, farol alto automático e luz de neblina de LED.
Na versão Limited, a Ranger ganha rodas de liga-leve de 18 polegadas, santantônio, bagageiro de teto, lanternas traseiras de LED, moldura de para-lama na cor do carro, protetor de caçamba, central multimídia de 12 polegadas, ar-condicionado automático dual-zone, seis modos de condução, monitoramento de pressão dos pneus e chave presencial.
Com pacote opcional, a Ranger Limited ganha rodas de liga-leve de 20 polegadas, painel de instrumentos de 12 polegadas, piloto automático adaptativo, sistema de câmeras 360°, alerta de tráfego cruzado em marcha ré com detector de pedestres, monitoramento de ponto cego com assistente de trailer, sistema de manutenção e correção em faixa e assistente de cruzamento.
Cores
No catálogo de cores da Ford Ranger 2024 estão disponíveis as cores sólidas Branco Ártico e Vermelho Bari. Para a gama metálica há apenas o tom Prata Geada. Já os tons perolizados são Azul Belize, Preto Gales, Cinza Moscou e a cor de lançamento Laranja Jalapão. Não foram especificadas se todas as cores estarão disponíveis para todas as versões.
Preços e versões
XL 4X4 MT – Não revelado
XLS 4×2 AT – Não revelado
XLS 4×4 AT – Não revelado
XLT V6 4×4 AT – R$ 289.990
Limited V6 4×4 AT – R$ 319.990
Limited V6 4×4 AT com pacote – R$ 339.990
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