Os rumos para o futuro da Ford parecem ter mudado um pouco. A forte investida em picapes e SUVs, que pôs fim a modelos como Fiesta, Fusion e Focus no Brasil e nos Estados Unidos sofrerá alterações do novo CEO Jim Farley. A ideia é voltar a investir também em carros baratos.
Sendo sempre uma marca de volume, hoje a enfrenta um problema nos Estados Unidos. A grande maioria de seus carros tem preço inicial na faixa de US$ 30 mil (R$ 170 mil), sendo o único modelo na faixa considerada popular de US$ 20 mil (R$ 113 mil) é o EcoSport.
Aqui no Brasil temos Ka e Ka Sedan partindo de, respectivamente, R$ 50.690 e R$ 56.190, o que da à Ford uma boa cobertura na faixa de modelos populares. Se seguíssemos os mesmos passos dos Estados Unidos, somente com o EcoSport (ou seja, sem Ka e Ka Sedan), teríamos o Ford mais barato do país partindo de R$ 80.490.
Com a próxima geração do Ka cancelada em favor de um outro SUV e sem modelos menores que o EcoSport nos Estados Unidos, a Ford vai buscar novas alternativas para voltar a oferecer modelos em segmento de grande volume e valor mais baixo. Jim ressalta que é importante que a Ford tenha modelos mais baratos em sua linha global.
Lá na Europa a marca ainda oferece Fiesta, Focus e Fusion (chamado de Mondeo). E é justamente nesses segmentos que a marca pode voltar a atuar nos EUA e no Brasil. Uma nova geração do Fiesta poderia ser novamente desenvolvida pensando em um âmbito global para preencher o espaço do Ka no Brasil e na Índia, enquanto atuaria abaixo do EcoSport nos EUA.
O Focus também é um modelo importante para a marca nos EUA, onde o segmento de hatches médios é tímido, mas tem potencial de maior volume do que o de compactos. O Focus Sedan poderia ser uma grande força para a Ford nos EUA caso ele seguisse o processo que o VW Jetta passou, ao se tornar mais próximo do Toyota Corolla, rei do segmento, do que de um sedã mais esportivo europeu.
Nada é certo ainda sobre como a Ford lidará com essa eminente demanda por modelos mais baratos globalmente. No Brasil, rumores apontam para a criação de um SUV do Ka para substituir o hatch compacto e atuar em um segmento que tem maior volume com pessoa física, visto que a Ford recentemente disse que vai diminuir as vendas para locadoras.
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