Em um verdadeiro espírito de “parece que o jogo virou, não é mesmo?”, a Fiat tomou da Peugeot um de seus modelos como troco pelo lançamento da Peugeot Partner Rapid (nascida a partir da Fiat Fiorino). Chega ao Brasil por R$ 187.490, o Scudo, o furgão que finalmente vai tomar o lugar da Volkswagen Kombi.
Mas se ele é tão parecido com Peugeot Expert e Citorën Jumpy, como vai tomar o lugar da Kombi se seus primos não conseguiram? Simples: concessionárias. A Fiat terá 200 revendas autorizadas a vender o Scudo, mas a rede pode expandir porque a marca italiana tem mais concessionárias que isso. Peugeot e Citroën, por outro lado, não chegam a 100 pontos.
O que esperar quando você não está esperando
Uma van é sempre pensada como um veículo essencialmente de trabalho. Nunca como algo prazeroso ao volante. Isso é trabalho dos esportivos, sedãs médios e alguns hatches. Mas quanto me surpreendeu ao volante esse Fiat Scudo. Já havia dirigido seus primos Peugeot e Citroën, mas o Fiat tem um coração novo.
Sai de cena o motor 1.6 BlueHDi quatro cilindros turbo diesel de 115 cv e 30 kgfm de torque, entra um novo 1.5 quatro cilindros turbo diesel de 120 cv e 30,5 kgfm. Um motor menos, mas mais potente e com mais torque, o que gera melhores números de consumo, que foi divulgado em 12,4 km/l pela Fiat em ciclo urbano.
Só que o que ele tem de legal é a turbina que se ouve encher em acelerações e na rotação certa até espirra. Tem muito Gol quadrado por ai tentando fazer a mesma coisa que a van da Fiat. E não pense que a potência de motor 1.0 três cilindros turbo signifique que o Fiat Scudo é fraco.
Pelo contrário: é um carro bastante esperto, mesmo tendo dimensões de caminhonete média. São 5,30 m de comprimento, 1,92 m de largura e 1,93 m de altura. As acelerações são lineares e com força suficiente para entrar rápido em uma estrada ou retomadas. É espertinho e bastante elástico.
Tempero europeu
Os melhores pontos do Fiat Scudo e que está presente em modelos da Peugeot e da Citroën são direção e câmbio. A transmissão manual de seis marchas é uma das melhores hoje no Brasil, com encaixes curtos, precisos e bem escalonados. Bem que a Fiat poderia usar esse câmbio em seus carros manuais por aqui.
Já o volante tem acerto preciso, ficando bem pesadinho e firme em altas velocidades, enquanto na hora da manobra é fácil de manejar com pouco esforço. Destaque ainda para a presença de ajuste de altura e profundidade para o volante, algo que muitos carros de passeio caros não têm.
Aliás, o Fiat Scudo trata bem seu motorista, com o kit dignidade que traz de série ar-condicionado, vidros elétricos e retrovisores elétricos. A lista de equipamentos ainda agrega faróis de neblina, luzes diurnas e chave canivete. Se optar pelo elétrico E-Scudo, ainda há sensor e câmera de ré, além de central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay.
Veredicto
Com maior capilaridade e melhor fama no mercado, a Fiat tem mais chances de fazer seu furgão emplacar. Ainda que Expert e Jumpy estejam vendendo bem e ocupando os espaços nos quais a Kombi frequentava, o Scudo se apoia mais na marca. O produto já é bom, como os Peugeot e Citroën são. Mas agora não há o preconceito com a marca francesa.
O mais legal de tudo, é que o Fiat Scudo é muito mais divertido de dirigir do que deveria ser ou que tinha direito a ser. Onde um veículo de trabalho, feito essencialmente para isso, deveria pensar em prazer ao volante? Pois ele conseguiu. Nunca mais as estregas serão chatas ou tediosas. É dona Kombi, a senhora está muito bem sucedida pelo trio da Stellantis.
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