Durante o lançamento da nova Ford Ranger no Brasil, uma pergunta permeou todo o evento: “e o Everest, vem?”. Com essa indagação em mãos, fomos atrás de informação sobre o rival do Toyota SW4. Mas a notícia, apurada pelo Auto+ e pelo não é tão animadora para fãs de SUVs derivados de picapes.
Ficou bastante claro que a mira da Ford está apontada para a Toyota. A marca norte-americana visa tomar da Hilux o título de fabricante da picape média mais vendida do Brasil. Mas ela sabe que terá de lutar para isso. Executivos ligados à marca apostam fácil em uma segunda colocação no ranking de vendas.
Ou seja, já no começo, a Ford Ranger quer desbancar a , enquanto mantém rivais como Volkswagen Amarok, comendo poeira. A marca tem volume suficiente em sua fábrica para tomar a liderança, mas tudo vai depender de fazer o cliente da Hilux se convencer.
Caso Ranger
Para entender melhor o motivo pelo qual o Everest não vem agora, é preciso entender melhor o contexto envolvendo a Ranger. A fábrica na Argentina foi expandida para 110 mil unidades por ano a fim de abrigar a produção da Ranger e da nova Volkswagen Amarok.
A princípio ambas seriam feitas juntas, mas uma briga entre as duas montadoras fez com que a Ford desistisse da parceria e deixou a Volkswagen a ver navios. É uma fábrica com uma capacidade produtiva enorme para um carro só que, mesmo que venda bem, não a ocuparia na totalidade.
A ideia é que outros modelos sejam feitos lá, mas em outras oportunidades, executivos da marca ressaltaram que a fábrica argentina não fará nenhum tipo de carro que não seja do tipo chassi sob carroceria. Então tire o cavalinho da chuva na esperança de ver Escape, Bronco Sport ou Maverick sendo feitos por aqui.
Medo do SW4
E é aí que entra o Everest. O SUV da Ranger é, potencialmente, o modelo que pode tomar o espaço que era destinado à Amarok. Só que, agora, a conta não fecha. A produção do Everest para o mercado latino-americano é possível e o modelo tem potencial de vendas por aqui. Mas o medo da Ford é o Toyota SW4.
O SUV de sete lugares japonês vende em níveis muito mais alto que os concorrentes. O Chevrolet Trailblazer, mesmo produzido nacionalmente, não consegue vender metade do que o Toyota SW4 consegue. A situação ainda piora com o Mitsubishi Pajero Sport, o qual é produzido na Tailândia e vem importado ao Brasil.
Uma solução seria repetir a estratégia da Mitsubishi e trazer o Everest da Tailândia. Mas ele chegaria caro demais e não se tornaria suficientemente competitivo frente ao Toyota SW4. Produzir na Argentina seria a solução, mas o medo da Ford é investir milhões para isso e vender o mesmo que o Chevrolet Trailblazer.
Nesse cenário, a conta não fecha. Não haveria volume suficiente para justificar a produção do Ford Everest na Argentina. Seria necessário um volume parecido com o do SW4, não necessariamente superando o Toyota. A situação só pode mudar caso a Ranger seja um sucesso absurdo e justifique a presença do irmão.
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