Depois de ter transformado a Jeep de importadora a uma das dez maiores fabricantes do Brasil, a Stellantis prepara terreno para fazer o mesmo com a RAM. Importar as gigantescas 1500, 2500 e 3500 foi somente o primeiro passo da marca norte-americana, que vai fincar raízes de vez com a inédita RAM Dakota / 1200, a prima da Fiat Toro.
Muitas informações sobre o projeto começaram a circular nos últimos meses, mostrando que ela está em estágios avançados de desenvolvimento. Fontes ligadas à marca afirmaram em mais de uma vez que o projeto está a pleno vapor e será o grande ponto de virada da RAM no Brasil. Mas engana-se quem pensava que ela seria uma Toro bombada.
As projeções mais recentes feitas da picape média da RAM mostram uma Fiat Toro bombada com fortes influências visuais da 1500 Rebel. O modelo, segundo a fonte, tinha esse visual no começo do desenvolvimento. Contudo, a Stellantis ficou com receio que a proximidade com a Toro pudesse acabar com os planos de tornar a RAM uma marca grande no Brasil.
“Esquece da Toro. A Dakota é outro carro. Não vai ter nenhuma peça igual”, confirma uma fonte ao Auto+.
Por isso, as especulações sobre o uso das portas da Toro caíram por terra. Nem mesmo os vidros da picape da Fiat serão usados, ou seja, nada do efeito Pulse e Argo. A Dakota será totalmente independente, usando apenas a base esticada da Fiat Toro que também está nos Jeep Renegade, Compass e Commander.
Porte com peso do nome
Ela será o maior carro feito sobre a base modular Small Wide e possivelmente o último produto inédito antes de migrar para as plataformas da Peugeot. Como a ideia é brigar com as picapes médias, espere por comprimento acima da casa dos 5 metros. Hoje a Toro se vira com 4,94 m nessa área, mas a Toyota Hilux exibe 5,32 m e é a rival a ser batida.
Outro ponto de dúvida é seu nome. As duas possibilidades mais fortes são RAM Dakota e 1200. O primeiro se dá pelo fato de ser um batismo forte de uma picape que fez muito sucesso nos EUA, onde ela também será vendida. Já o segundo é a opção lógica dado o uso de numerais para as picapes da RAM.
Hoje existe a RAM 1000 como Fiat Toro vendida em outros mercados e a 1500 já oferecida no Brasil. Em um passado não muito distante, mas curto em duração, a RAM vendeu a Mitsubishi L200 Triton como 1200 em alguns mercados específicos. Foi um fracasso e a ideia foi descartada rapidamente. Houve também a Fiat Fullback também derivada da Triton.
Dominação do diesel
Quanto às motorizações, espere pela dominação do diesel. Atualmente a Stellantis tem a disposição no Brasil dois propulsores movidos ao óleo combustível. O 2.0 MultiJet II de 170 cv e 38,7 kgfm de torque usado em Compass, Commander e Toro. Ainda há outra opção: o 2.3 MultiJet turbo diesel de 130 cv e 32,6 kgfm da van Ducato.
Ambos ficam bem abaixo da linha dos 200 cv que hoje toda picape média precisa ter. A solução pode vir da Europa, onde o 2.2 MultiJet II usado pelo Jeep Grand Cherokee entrega 203 cv e 44,9 kgfm de torque. Junto a ele está o câmbio automático de nove marchas já usado no Brasil. Como o 2.0 também é importado, trazer esse 2.2 não seria dificuldade para a Stellantis.
É difícil arriscar sobre a possibilidade de o motor 1.3 T270 aparecer debaixo do capô da RAM Dakota. Apesar de entregar saudáveis 185 cv e 27,5 kgfm de torque, ele já sofre com o peso extra do Commander, quem dirá de uma picape ainda maior. A solução pode ser a eletrificação com o conjunto híbrido do Compass 4xe. Mas isso para um segundo momento.
A Stellantis já prometeu que produzirá sistemas híbridos no Brasil e muito provavelmente o conjunto do Compass 4xe será localizado em algum momento. Hoje, ao invés de importar o sistema híbrido para cá e montar no SUV médio, a Jeep prefere importar o carro inteiro. Com isso, diminuem as chances de a Dakota híbrida chegar logo no lançamento.
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