Brigas e rusgas no setor automotivo são mais comuns do que parecem. Só não tivemos o Voyage baseado no Gol bolinha por conta de uma treta interna na Volkswagen. Só que algo parecido parece ter ocorrido entre a marca alemã e a Ford. Uma briga que impedirá uma possível produção da nova Amarok na Argentina ao lado da Ranger na Argentina.
O acordo global feito entre Volkswagen e Ford para produção de carros elétricos e comerciais determinou que a marca responsável pelo desenvolvimento do projeto também se encarrega da produção dos carros. Assim, a Volkswagen Amarok é produzida pela Ford, já que ela tem base de Ranger.
Outro exemplo é o recentemente revelado Ford Explorer EV, que tem como base o Volkswagen ID.4 e, por isso, é produzido pela Volkswagen. Entendida a lógica, era acordado que a produção da Amarok de nova geração atravessaria o muro de Pacheco, na Argentina, para ser feita na linha de produção da Ford. Mas a Volkswagen não gostou disso.
Birra da Autolatina
Segundo apuração do , existia um ressentimento entre as divisões argentinas de Ford e Volkswagen por conta dos tempos da Autolatina. A fábrica, inclusive, foi levantada pelas duas marcas e havia produção dividida. O time da Volkswagen Argentina não gostou de ter seu principal produto transferido para a Ford e a guerra começou.
Para os argentinos, a produção local da Amarok é uma grande conquista que eles não querem abrir mão. Mesmo com o Taos sendo feito por lá, fornecedores e funcionários não gostaram da ideia de abrir mão da picape e deixá-la nas mãos da Ford. Isso azedou a relação entre as marcas e o projeto de fazer a Amarok na Argentina foi descartado.
Pablo Di Si, ex-presidente da VW para a região, disse em entrevista na época em que controlava a marca que “no caso da Argentina, o projeto não foi aceito por uma das partes”. O que parecia uma indireta para a Ford, na verdade era sobre a própria Volkswagen que havia ficado descontente com o acordo.
Nem vem, Ford
Só que a grande virada é que agora a própria Ford não quer mais que a VW faça a Amarok junto da Ranger na Argentina. Ao ser questionado sobre se acataria um possível pedido da marca alemã à Ford para fazer a sua caminhonete junto da Ranger, Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford América do Sul, foi enfático e claro com um sonoro “não!’.
Por isso, a Volkswagen investirá pesado em uma reestilização da velha Amarok para o Brasil e para a Argentina. A ideia é que essa geração dure mais dez anos somente com essa mudança visual, que promete ser pesada. Enquanto isso, a nova geração baseada na Ranger será produzida única e exclusivamente na África do Sul, mas há chances de ser feita na China.
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