A Fórmula 1 está prestes a viver uma nova era das montadoras, com Ford, Audi e Honda chegando com tudo em 2026. De tempos em tempos, grandes fabricantes decidem entrar forte na categoria, mas nem sempre isso garante o sucesso no lugar mais alto do automobilismo. 

Prova disso está nesta lista, com cinco exemplos de fracassos retumbantes na categoria, mesmo com dinheiro quase infinito. A Yamaha poderia estar no texto, mas como sua história já foi contada, decidi listar outras fabricantes.

Subaru

Quando pensamos na Subaru, é normal associarmos seu nome ao mundial de rally. Não é para menos, já que o Impreza imortalizou a pintura azul e amarela da marca de cigarros 555 com suas vitórias e títulos. Porém, um pouco antes deste sucesso no rally, a Subaru tentou uma empreitada na Fórmula 1.

Em 1990, a fabricante japonesa comprou 51% das ações da equipe Coloni, que andava sempre no fim do pelotão. Como imaginado, o motor escolhido foi um boxer de 12 cilindros. O problema é que ele era pesado e pouco potente. E isso, somado ao carro defasado da Coloni, não tinha como dar certo. 

Frustrada com os resultados da equipe, que sequer conseguia se classificar para uma corrida, a Subaru pulou fora do barco ainda na metade da temporada, para nunca mais voltar ao mundo da Fórmula 1.

Lamborghini

Eterna rival da Ferrari, a Lamborghini raramente fez parte de competições. Isso vai mudar neste ano, com os italianos tendo um time próprio no WEC, o mundial de endurance. Mas entre o fim dos anos 1980 e começo dos anos 1990, eles bem que tentaram correr na Fórmula 1, e com direito a uma equipe de fábrica.

Em 1989, a Larrousse utilizou os propulsores italianos, mas sem grandes resultados. No ano seguinte, a equipe manteve o motor, além da Lotus ter passado a ser cliente da Lamborghini. As duas equipes conseguiram alguns pontos e melhor resultado foi no GP do Japão de 1990, com Aguri Suzuki chegando em terceiro com seu Larrousse, na prova vencida por Nelson Piquet e com Roberto Moreno em segundo. Este foi o melhor resultado de um motor Lamborghini na Fórmula 1.

Para 1991, a Lamborghini passou a ter uma equipe própria, ainda que por vias tortas. O time Modena passou a ser o oficial da marca italiana, e a Ligier também recebeu o propulsor V12 italiano, mas os resultados foram discretos. 

Entre 1992 e 1993, a Lamborghini atuou apenas como fornecedora, equipando a Larrousse (outra vez) e a Minardi. No fim daquele ano, Ayrton Senna andou com um carro modificado da McLaren, que resolveu testar o motor V12 da Lamborghini para, quem sabe, fechar um acordo para 1994. Embora o brasileiro e seu companheiro da época, Mika Häkkinen, tenham gostado do conjunto, a McLaren escolheu outro fornecedor para 1994, e a Lamborghini desistiu da Fórmula 1.

Peugeot

Embora haja muito preconceito com a fabricante francesa, a Peugeot tem bastante tradição no automobilismo, tendo inclusive vencido as 24h de Le Mans e participado ativamente do Rally Dakar. Em 1994, a McLaren precisava de um novo fornecedor de motor, e viu na Peugeot uma possível boa parceira.

Só que deu tudo errado, já que as quebras eram constantes. A parceria terminou no fim daquela temporada, com a McLaren acertando com a Mercedes-Benz. Entre 1995 e 1997, a Peugeot foi a fornecedora da Jordan, e entre 1998 e 2000, os franceses migraram para a equipe Prost, com o eterno sonho de se ter um carro totalmente francês. Apesar de alguns pódios, nenhuma equipe conseguiu vencer uma corrida com um motor da Peugeot, que saiu da Fórmula 1 no fim dos anos 2000 e nunca mais voltou.

Ford (Jaguar)

A história da Ford com a Fórmula 1 é bastante longa. Entre a metade dos anos 1960 e começo dos anos 1980, a fabricante dominou a categoria com o motor V8 DFV (e suas evoluções), feito em parceria com a Cosworth. Em 1993, a McLaren correu com motores Ford, sendo eles os responsáveis pelas últimas vitórias de Senna na F1. No ano seguinte, a fabricante voltou a se sagrar campeã, já que fornecia motores para a Benetton, equipe campeã de pilotos com Michael Schumacher.

A partir de 1997, a equipe Stewart, criada naquele ano e que tinha Rubens Barrichello em um dos carros, passou a usar os motores da Ford. E isso durou até 1999, quando a Ford, animada com o desempenho da equipe, resolveu comprar todo o time.

Para 2000, Barrichello foi para a Ferrari e a Stewart virou a Jaguar. Isso porque a marca inglesa fazia parte do grupo Ford na época. A Jaguar durou até 2004 na Fórmula 1, mas sempre ficou no meio do pelotão e nunca brilhou como a Stewart. No fim daquele ano, a equipe foi vendida para a Red Bull. E o resto é história. 

Coincidentemente, a Ford vai voltar para a F1 em 2026, como fornecedora de motores para a Red Bull. Justamente a equipe que surgiu de seu fracasso com a Jaguar.

Toyota

Hoje, a Toyota é a maior força do WEC, além de fazer sucesso nas provas do mundial de rally e no Dakar. Porém, nos anos 2000, os japoneses também tentaram brilhar na Fórmula 1. Em 2001, a Toyota cria seu primeiro carro para a categoria, mas que serviu apenas para testes naquele ano. A entrada na Fórmula 1 foi em 2002, ano em que a Renault também voltou para a categoria – mas os franceses ao menos foram campeões do mundo.

Entre 2002 e 2009, a Toyota gastou rios de dinheiro e não conseguiu, sequer, uma vitória. Por diversos anos, os japoneses foram o time com o maior orçamento da categoria, mas os resultados não apareciam. A Toyota chegou a construir um carro para 2010, só que a crise econômica da época forçou os japoneses a saírem da categoria no fim da temporada de 2009, com alguns pódios (12) e poles (3).

Lembra de alguma outra marca grande que fracassou na Fórmula 1? Deixe nos comentários a sua lembrança.

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