O ano era 2017. Salão do Automóvel de Frankfurt, na Alemanha. Esse evento foi a apresentação do AMG One. Na época, os primeiros interessados em adquirir o carro receberam a informação de que sua produção começaria em 2018. Foram quatro anos de testes, pesquisas e contratempos em que a Mercedes teve que solucionar. Os perrengues foram tantos que a marca, como pedido de desculpas, deu, em 2020, aos futuros proprietários, uma unidade do AMG GT Black Series P One Edition e o chefe-executivo da Mercedes-Benz, Ola Källenius, disse que a diretoria estava bêbada quando aprovou o carro.

Com os problemas solucionados, o carro foi apresentado em sua versão final em junho deste ano. Agora, a marca confirmou o início da sua produção em pequenas séries na fábrica do Reino Unido, em Coventry. Já seu motor é produzido por especialistas na unidade da Mercedes-AMG High Performance Powertrains, em Brixworth, Inglaterra. Com uma produção manual, o carro passa por 16 estações de montagem de testes. Muitas destas etapas lembram a produção de relógio de luxo.

Da primeira até a quarta estação são montadas as partes mecânicas e componentes de baixa tensão. A quinta e a sexta estação são a montagem da bateria e conexões de alta tensão. A sétima é dedicada a instalação do interior e a oitava é o início da instalação dos painéis externos da carroceria, portas e painéis laterais. A estação nove adiciona para-choque dianteiro e traseiro, e a décima traz elementos finais da carroceria externa. A décima primeira são as rodas e os painéis de piso e a 12º são ajustes de rodas e faróis.

Na 13º estação, a Mercedes destaca testes em dinamômetro e avalia os modos de condução. A estação 14 avalia os ruídos, vibração e aspereza, com um ajuste fino se for necessário. A penúltima etapa, 15º, confere a carroceria em teste de chuva e a última etapa, 16º, são as luzes da cabine com inspeção visual de toda as superfícies do carro, além de testes técnicos de funcionamento de todos os componentes.

O AMG One é equipado com motor 1.6 V6 Turbo que desenvolve 1.063 cv de potência, sendo dois motores elétricos que juntos entregam 326 cv, um em cada roda dianteira, e um terceiro motor elétrico de 163 cv, junto ao motor a gasolina. O último motor elétrico tem 122 cv e funciona como um gerador, recuperando a energia do turbo, não associada à potência do carro. O motor a combustão, o 1.6 V6 Turbo, entrega 574 cv. Ele é equipado com uma transmissão automatizada de dupla embreagem de 7 marchas e tração integral 4MATIC+. Esse conjunto leva o superesportivo alemão de 0 a 100 km/h em 2,9 segundos.

O cupê ainda possui uma bateria de 8,4 kWh, que oferece uma autonomia de 18 km no modo puramente elétrico. Ficou interessado? Sinto lhe informar, mas todas as 275 unidades já foram vendidas há mais de três anos, cada uma por US$ 2.000.000, ou seja, R$ 10,2 milhões.