Apesar de ser flagrado constantemente em testes no Brasil, o Haval Jolion pode não ser o próximo lançamento da marca por aqui. Diferentemente do que era especulado, a GWM mudou completamente seus planos por conta da demanda dos clientes por um carro elétrico e isso fez o Jolion ficar em espera. Inclusive, há uma proposta de mudança de nome.
Antes de falar do Jolion, é preciso entender como os planos da GWM mudaram. A princípio, a chinesa lançaria as marcas Tank e Poer antes da Ora. A primeira é fabricante de SUVs 4×4 parrudos de luxo, enquanto a segunda é focada em caminhonetes e a terceira em carros 100% elétricos inspirados no Fusca.
A ideia inicial era expandir a linha Haval, que já atua no Brasil com o H6, depois importar os SUVs da Tank e, por fim, produzir as picapes Poer. Os modelos da Ora, entretanto, ficariam para um segundo momento de consolidação da GWM no Brasil. Só que a marca identificou que os clientes do Haval H6 potencialmente teriam um carro 100% elétrico da marca.
Especialmente clientes dos Haval H6 PHEV e H6 GT, que precisam de uma infraestrutura de carregamento para seus SUVs híbridos plug-in, eram os mais interessados por um carro elétrico. Além disso, as concessionárias já apresentavam forte demanda por esse tipo de carro. A influência dos resultados do também parecem ter pesado.
Por conta disso, a GWM resolveu antecipar a chegada da Ora ao Brasil com o 03 apresentado no Festival Interlagos. Isso fez com que os planos para os próximos modelos fossem postergados. A marca diz que o Jolion segue em testes, mas que pode ser só o quarto ou quinto modelo da marca no Brasil, caso venha.
Questão contábil
O grande problema em trazer o Jolion para cá, seriam os custos. A categoria na qual ele se insere exige um preço mais baixo do que o praticado no Haval H6. Com isso, para entregar um valor mais competitivo é preciso deixar o conjunto mecânico mais fraco ou retirar itens de série.
A marca não quer abrir mão da farta lista de equipamentos, a qual todos os seus carros hoje possuem. Com isso, precisa de um conjunto mecânico mais barato para oferecer valores mais baixos que os do H6. Só que isso demanda tempo e investimento, especialmente na adequação ao combustível brasileiro. Ele só não pode ser mais fraco que rivais turbo.
Volume de vendas é o que barra
Há também outra grande questão. Um carro em sua faixa de preço precisa de alto volume de vendas para ser verdadeiramente rentável. Com 4,47 m de comprimento, ele se insere na faixa de modelos como Jeep Compass, Toyota Corolla Cross e VW Taos. Ou seja, é uma categoria de volume bastante alto.
Mesmo o Volkswagen Taos, que é considerado um fracasso, já tem 6,429 unidades emplacadas no Brasil ao longo do ano. Segundo dados da , a coisa fica mais tensa quando vistos os volumes de Corolla Cross e Compass. O Toyota tem 21.483 unidades vendidas no ano e o Jeep acumula 30.350 unidades.
Ou seja, para que o Haval Jolion seja rentável, precisa custar menos do que os R$ 214 mil cobrados pelo H6 HEV e ter volume de vendas alto em uma faixa, no mínimo, próxima à do Toyota Corolla Cross. Para isso, é bastante provável que a produção nacional seja exigida. Só que, por enquanto, a GWM só fará carros chassi sob carroceria no Brasil.
Jolion? No Brasil não
Por fim, há a questão do nome revelada por algo por Oswaldo Ramos durante a apresentação do Ora 03. Ao invés de adotar Haval Jolion, como é chamado na China e no restante do mundo, o SUV médio de entrada da GWM passaria a ser chamado de Haval H4 no Brasil. Isso se dá por conta de uma padronização de nomes e para remeter ao H6.
Essa mudança de nomes está se mostrando algo flexível e possível na GWM no Brasil. Até porque o Ora 03 só tem esse nome no nosso país, visto que é vendido na China e até na Europa como Ora Funky Cat. Ou seja, qualquer modelo da GWM pode ter nome exclusivo no nosso país e, ao que tudo indica, a preferência é por números e letras.
>>GWM lança novo Ora 03 durante o Festival Interlagos