Batizar carros é algo complicado. Existem nomes que não dão certo em algumas línguas específicas (o que piora no caso do Brasil e seu espírito quinta série). Para facilitar as coisas, diversas montadoras têm recorrido a numerais, letras ou siglas alfanuméricas. Assim não há erro na hora de batizar um carro. Mas a falta de criatividade da Geely, dona da Volvo, chama atenção.
Além da marca sueca, hoje a Geely é dona das marcas Lotus, Proton, Geometry, Radar, Rarizon e LEV, mas chamo atenção para , Polestar, Zeekr e Smart (da qual era é dona de 50%). As quatro marcas usam um sistema nada criativo de nomes, extremamente confuso e que sofre do mesmo mal.
Para entender a confusão, vou usar a Volvo de exemplo. A marca adota siglas e números nos quais fica claro que um XC40 é inferior a um XC90 e que o XC60 fica entre eles. Assim como ninguém se confunde que o S60 é menor que o S90. S na Volvo é para sedã, XC e EX para SUVs, C para cupê e V para peruas. Tudo bem organizadinho.
Confusão inicial
Mas , Polestar, Zeekr e Smart não fazem isso. As marcas são uma verdadeira bagunça de nomes e de falta de criatividade. Começa pelo fato de que os carros são batizados de acordo com a sequência de lançamento. Vamos à Polestar de exemplo. O 1 foi o primeiro modelo lançado pela marca, que era um cupê híbrido grande.
Depois, foi lançado o Polestar 2, que é um sedã compacto elétrico. Agora, a marca traz o 3, que é um SUV grande elétrico, teoricamente o topo de linha da marca. Quando um suposto 4 surgir, ele será menor que o 3, mas será um número acima. E como o público vai tornar os carros memoráveis se são só um número?
Mais um zero
A situação fica ainda pior na Lynk & Co. A marca adotou o mesmo sistema, mas com um 0 a mais. Seu primeiro modelo foi o 01 lançado em 2017. Ele é um SUV compacto, mas o 02 lançado um ano depois é menor que ele. E para piorar a situação, o 03, que é um sedã médio, surgiu antes do hatch 02.
A marca ainda traz uma scooter elétrica chamada de 04, o 06 que é o menor SUV da marca, o 09 que é baseado no XC90, além do 05 que é a versão cupê do 01 (só para deixar as coisas mais malucas). Inexplicavelmente, a marca pulou o 07. Isso porque, teoricamente, o Lynk & Co 07 deveria ser o Zeekr 001, mas a Geely resolveu separar a marca.
Se não estava bagunçado o suficiente, a Geely desmembrou a Lynk & Co e adotou o mesmo conceito confuso de nomes, adicionando mais um zero. Mas sabe qual o nome do segundo modelo da Zeekr? É a minivan elétrica 009. Vai entender.
Até com a Smart a Geely fez essa confusão. O sistema de nomes da marca antes era preciso: ForTwo para o modelo duas portas, que significava para dois, e ForFour para o quatro portas e quatro lugares. Havia rumores de um SUV chamado de ForMore, que significava para mais. Mas ao cair nas mãos da Geely, a chinesa resolveu adotar seu sistema de números confusos.
Para não repetir as demais marcas e passar uma ideia jovial, a Smart usa hashtag no nome. Assim, seu único modelo por enquanto é o SUV elétrico #1. Os próximos lançamentos seguirão a mesma lógica e, mesmo que sejam menores que o #1, terão números maiores.
Cada um no seu quadrado
Essa estratégia da Geely fez com que todas as marcas usam nomes iguais, mas com poucas diferenças. A Polestar tem uma casa decimal (1, 2 ,3), a Lynk & Co adiciona um zero (01, 02, 03, 04, 05, 06, 08 e 09), que dobra na Zeekr (001 e 009), enquanto na Smart ganha a hashtag (#1).
Em nenhuma das marcas, a sequência de números representa alguma lógica. No caso de Lynk & Co e Polestar, representa o lançamento do modelo – quanto maior o número, mais novo. Ainda que a própria Lynk & Co já tenha estragado sua própria lógica com seus carros. Zeekr ainda não se sabe como seguirá, assim como a Smart.
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