Sempre que um carro novo está em desenvolvimento, a marca pensa em vários nomes para ele. É um processo árduo e longo pois precisa passar a mensagem do que aquele modelo representa. Prova disso é que o Ford Fiesta teve 50 opções de nomes diferentes, que foram reduzidos a 30, depois 10. E hoje vamos falar desse corte final.
Lançado em 1974 e aposentado no ano passado, o Ford Fiesta foi um dos carros mais importantes da história da Ford. Ele foi o modelo que sustentou a marca no Brasil por muitos anos e foi o compacto mais vendido da Europa por um bom período. Mas o foco da marca em elétricos, SUVs e picapes colocou uma foice nele.
Durante seu desenvolvimento, o Ford Fiesta foi apelidado de Bobcat. Esse poderia ser seu nome final, mas a Mercury, marca intermediária da Ford, havia acabado de lançar um modelo com esse nome nos EUA. Como a ideia era vender o Fiesta no mundo todo, o apelido do projeto não poderia ser usado.
Nomes que a Ford usou
Na conta final, a Ford colocou os nomes Amigo, Bambi, Bebe, Bolero, Bravo, Cherie, Tempo, Chico, Fiesta, Forito, Metro, Pony e Sierra como possíveis opções para ele. De todos, Tempo e Sierra foram depois aproveitados pela própria marca. O Ford Tempo foi um sedã antecessor do Mondeo (Contour) nos EUA, vendido entre 1983 e 1994.
Coincidentemente, o antecessor do Mondeo na Europa foi chamado de Sierra. Ou seja, dois nomes que poderiam ter sido usado para o modelo de entrada da Ford, foram parar na traseira e no documento de dois carros mais sofisticados – mas que não duraram mais de uma geração.
Foram para outras marcas
Já outros nomes da lista foram aproveitados por outras marcas. Metro passou para a Austin, que lançou um hatch subcompacto de grande sucesso, vendido entre 1980 e 1998. Ele teve uma passagem como Rover Metro entre 1990 e 1994, vale ressaltar. Além disso, o modelo competiu no rally como MG Metro entre 1984 e 1987.
Já Pony escapou das mãos da Ford e foi parar na Hyundai. Lançado em 1975 como antecessor do Elantra, o Hyundai Pony foi o primeiro carro totalmente criado pela marca sul-coreana. Teve duas gerações e durou até 1990. Hoje em dia, parte de seu visual inspirou o Ioniq 5.
Já o nome Amigo, que soaria um pouco engraçado no Brasil, foi parar nas mãos da Isuzu, quando a marca japonesa lançou sua própria versão do Opel Frontera (que hoje é um Citroën C3 Aircross). Bolero também foi parar em um SUV, especificamente no Mahindra Bolero, um SUV indiano parrudo e de visual bem esquisito.
Ford Bravo
Mas o mais emblemático descarte da Ford para o Fiesta foi Bravo. Ele foi usado pela Fiat em duas situações. Primeiro entre 1995 e 2001 na versão hatch duas portas do Marea. Depois, em 2007, o modelo voltou como hatch médio quatro portas e em carreira solo. Ironicamente o antecessor do primeiro Bravo foi o Tipo e o sucessor do segundo Bravo também foi o Tipo.
O mais interessante é que a Ford bateu o martelo e ia lançar o Fiesta como Ford Bravo. Mas o nome pertencia a uma empresa de macarrão na Itália, que não usava o nome ainda. Além disso, havia rumores de que a Lamborghini pretendia lançar um carro com esse nome muito antes da Fiat.
Quem cortou essa brincadeira foi Henry Ford II, “Bravo não é o nome desse carro. É muito bom em italiano e em espanhol, mas não em inglês. Fiesta, por outro lado, funciona em todas as línguas”. E foi assim que o nome mudou para Fiesta no corte final de batismos para o modelo. Mas havia um problema.
O nome era da General Motors, que havia registrado para uso futuro. Então, Henry Ford passou a mão no telefone, lIgou para Tom Murphy, CEO da GM na época, e pediu pelo nome. De bom grado, o executivo abriu mão do nome e assim nasceu o Ford Fiesta.
Dos nomes descartados pela Ford, qual você teria usado? Conte nos comentários.
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