Era questão de tempo até que os sedãs começassem a ser diretamente influenciados pelos SUVs. Depois do Citroën C4 X, a Kia apresentou o inédito K3, de porte intermediário entre os compactos e os médios que pode substituir Cerato e Rio de uma vez. Mas repare bem: parece um Fiat Fastback da Kia.
Colocando a fita métrica em jogo, o novo Kia K3 tem 4,54 m de comprimento, ou seja, 9,7 cm a menos que o Cerato, mas 16 cm a mais que o Rio Sedan. Na largura são 1,76 m, enquanto a altura bate 1,47 m. Comparando ao Fiat Fastback, o novo Kia é 12 cm mais longo, 1 cm mais estreito e 7 cm mais baixo.
Fiat Fastback da Kia
A grande questão do estilo de Fiat Fastback está na lateral. O Kia K3 traz caixas de roda com plástico preto e o mesmo tipo de material na parte inferior das portas. Não chega a ser algo que o classifique como um SUV, mas a inspiração nos utilitários é bem clara. Além disso, a traseira tem vidro bem inclinado e tampa do porta-malas curta, tal qual o Fiat Fastback.
A dianteira é marcada pelos finos faróis integrados à grade frontal nariz de tigre. Há um prolongamento dos LEDs diurnos que escorre pelo para-choque. Um estilo mais parecido com o dos Renault do que com os modelos da Peugeot, que iniciaram essa tendência. Na frente, contudo, não há elementos em plástico preto, ao menos na versão GT-Line.
A Kia não revelou imagens da traseira, apenas um sketch. Nele, é possível ver lanternas conectadas tal qual no Hyundai HB20S. Inclusive, o botão para abertura do porta-malas fica no mesmo lugar do sedã brasileiro. O prolongamento na parte inferior também faz lembrar o Polestar 2. No Kia K3 há mais plástico preto no para-choque do que no Fiat Fastback.
Um pouco de HB20 e um pouco de EV6
Moderna, a cabine do Kia K3 não deixa transparecer a qual categoria ele pertence. Há modernidade suficiente para colocá-lo como sucessor do Cerato, mas o excesso aparente de plástico o aproxima mais do Rio. Painel de instrumentos é o mesmo do Hyundai HB20, um digital fake, mas integrado à central multimídia como nos Mercedes-Benz.
Volante veio do elétrico EV6, enquanto os comandos físicos do ar-condicionado se assemelham ao Niro. Destaque ainda para o sistema de iluminação interna com 64 cores diferentes, além de saída de ar traseira, aquecimento em bancos e volante, além de resfriamento para o assento do motorista. A Kia diz que o porta-malas leva 544 litros.
Na parte tecnológica, o Kia K3 conta com controle de tração e estabilidade, frenagem autônoma de emergência, alerta de tráfego cruzado, alerta de ponto cego, sistema de manutenção em faixa, piloto automático adaptativo e seis airbags como item de série nas versões produzidas no México.
Corações de Creta
Justamente por conta do posicionamento dúbio do K3, ele tem motores que serviam ao Rio e ao Cerato, mas que também estão presentes no Hyundai Creta no Brasil. As versões de entrada vem com o mesmo 1.6 quatro cilindros aspirado do Creta Action, com 123 cv. Ele usa câmbio manual ou automático, ambos de seis marchas.
Já as versões mais caras, como a GT Line, contam com o mesmo 2.0 quatro cilindros aspirado do Creta Ultimate e do N Line Night Edition. No Kia, são 150 cv e só há opção de câmbio automático. O K3 ainda oferecerá o motor 1.4 aspirado para mercados de exportação.
Por enquanto não há planos de lançamento do K3 no Brasil. Mas, como a Kia tirou o Cerato de linha e o Rio Sedan nunca veio, ele poderia ser um bom modelo para atuar em uma posição intermediária entre os sedãs compactos e os médios. Uma estratégia semelhante à que a Honda faz com o City.
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