Quando uma marca cria uma versão alongada de algum modelo, em geral uma minivan ou um SUV, é para ter mais espaço interno e, consequentemente, sete assentos. Temos o Jeep Compass que cresceu para virar o Commander ou o Hyundai Creta que, esticado, é o Alcazar. Mas o que explica o que a Renault fez com o Bigster e o Symbioz?
Apresentados neste ano, os dois novos da Renault e da Dacia são, literalmente, versões esticadas de Captur e Duster. E não haveria problema algum nisso, caso houvesse a terceira fileira de bancos. Afinal, com Hyundai Alcazar e Jeep Commander foi justamente isso o que aconteceu. Mas alguém na marca francesa esqueceu dos bancos extras. Ou será que eles são a volta das peruas?
Grand Duster?
O caso do Bigster é ainda mais latente, porque não há alteração estética entre ele e o Duster, fora, apenas, a traseira esticada. A tampa do porta-malas é igual, as lanternas também, fazendo com que um olhar desatento apenas pense que tem algo esquisito naquele Duster. Os mais atentos vão reparar que há um para-choque dianteiro levemente diferente.
Ele se difere do Duster trazendo vidros mais grossos, isolamento acústico aperfeiçoado, ar-condicionado de duas zonas e com saída para a segunda fileira. Mas só. O Bigster é o maior modelo da Dacia lançado até hoje. Ele mede 4,57 m de comprimento, 1,81 m de largura e tem 1,71 m de altura.
Para efeito de comparação, o Duster conta com 4,34 m de comprimento, 1,81 m de largura e a altura é de 1,69 m. Já o porta-malas leva 667 litros contra 475 litros do Duster. É uma melhoria substancial de 192 litros. Mas é difícil pensar um consumidor que vai pagar a mais pelo Bigster somente para ter 192 litros a mais de porta-malas e nada prático além disso.
Capturzão
Quando analisado o Renault Symbioz, há algumas diferenças. Ele e o Captur têm dianteira e interior idênticos, mas traseira bem, diferente. O Symbioz é 14 cm mais longo que o modelo menor, chegando a 4,41 m. O porta-malas também é maior: 624 litros no Symbioz com os bancos deslizados para a frente, marcando exatos 132 litros extras em relação ao Captur.
A vantagem do modelo é que o banco deslizante aumenta o espaço interno. Mas, com os passageiros privilegiados, o porta-malas fica só 8 litros maior que do Captur, batendo 492 litros. Apesar do recurso interessante, novamente não há tanto efeito prático ao consumidor, que certamente valorizaria mais os sete lugares.
Na essência, a Renault está transportando a utilidade das peruas para os esticados, mas sem um porta-malas verdadeiramente tão maior assim. Além disso, a falta dos sete lugares é sentido nesse tipo de segmento, mesmo que, na prática, o consumidor não os use. Será que, no futuro, o Kardian pode ganhar uma versão esticada?
Você acha que a estratégia da Renault em lançar versões de porta-malas maior de seus SUVs será bem sucedida ou faltam os sete lugares? Conte nos comentários.