Antes da invasão dos SUVs e da moda das minivans, o mercado brasileiro era dominado por hatches médios. Eles eram o próximo passo lógico do comprador do hatch compacto ou daqueles que queriam uma tocada mais divertida e um toque a mais de sofisticação.
Contudo, o segmento por aqui minguou e hoje hatches médios de luxo são a última alternativa (fora o corajoso Chevrolet Cruze Sport6, recentemente diminuído a apenas uma versão). Mas como estão hoje os hatches médios de sucesso do passado? Como eles ficaram depois de desistir do Brasil?
Volkswagen Golf
A melhor fase do Volkswagen Golf no Brasil foi a da sétima geração. Tivemos versão GTI e até a eletrificada GTE. Produção alemã, mexicana e até brasileira, além de um visual indiscutivelmente bonito e uma gama de motores aclamada (menos o 1.6 MSI que virou mico).
Depois de desistir do Brasil, o Volkswagen Golf ganhou a oitava geração. Dinamicamente e tecnicamente ele evoluiu muito em relação ao rei dos hatches médios que foi vendido por aqui. Contudo, o visual polêmico tem despertado a ira dos fãs mais afoitos. Essa deve ser a penúltima geração do Golf antes de virar um carro elétrico.
Chevrolet/Vauxhall/Opel Astra
Tecnicamente podemos dizer que a segunda geração do Astra não foi a última no Brasil. Até porque o Vectra GT nada mais era que o Astra da geração seguinte com nome trocado. Mostrando que os hatches médios já viveram seu auge no Brasil ao pensar que a Chevrolet já teve dois em sua linha.
Desde que saiu de nosso país, o Astra teve mais duas gerações desenvolvidas dentro do grupo General Motors. Contudo, o modelo lançado em 2022 já é da era PSA (hoje Stellantis). Com visual futurista e carroceria mais quadrada como era o Astra “locomotiva”, ele tem plataforma compartilhada com o Peugeot 308 e terá até versão elétrica.
Fiat Tipo
A grande ironia do destino entre os hatches médios da Fiat é que o Tipo foi substituído pelo Bravo, que cedeu seu lugar para o Stilo, que foi trocado pelo Bravo e que depois perdeu seu posto para o Tipo. O ciclo se fechou com o novo Fiat Tipo com direito a família quase tão extensa quanto do primeiro Bravo.
Hoje a Europa conta com Tipo hatch, Tipo sedã (que injustamente não se chama Tempra), Tipo SW e até versões aventureiras da perua e do hatch. Apesar de estar na categoria dos médios, ele tem acabamento mais simples e preço mirando os modelos compactos. É uma aposta em custo-benefício como fez o Logan ao ter tamanho da categoria superior e preço da inferior.
Ford Focus
A terceira geração do Ford Focus foi a última global. Lançado em 2018, seu substituto passou a ser restrito à Europa como hatch e perua, além da versão sedã restrita à China. Tem menor participação mundial e ainda não tem uma versão RS, mas isso não tira o brilho do modelo.
Para agradar aos chineses, ganhou porta traseira maior, o que tirou, pela primeira vez em sua história, a terceira janela lateral. Ele tem menos personalidade própria no design, ficando mais parecido com os demais modelos da Ford. Contudo, sua dinâmica e condução esportiva seguem sendo largamente elogiadas.
Hyundai i30
O último suspiro dos hatches médios no Brasil talvez tenha sido o Hyundai i30. Sua primeira geração foi um verdadeiro sucesso e ainda é presença comum nas ruas nacionais. Quase que unanimemente na cor prata. A segunda geração foi mais apagada ao trocar o motor 2.0 pelo mesmo 1.6 do HB20, além de ser mais caro.
Contudo, a terceira geração lançada em 2017 atingiu seu verdadeiro ague. Ainda que não seja visualmente ousado como os modelos anteriores, pendendo para um estilo bem genérico, ele foi o responsável por estrear a versão esportiva N. A grife é a AMG da Hyundai e criou um esportivo que peita o Golf GTI. Destaque para a versão Fastback que traz o estilo do Fiat Brava e do Ford Escort para o século XXI.
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