Uma minivan que conseguiu atrair atenção do público desde que chegou ao mundo foi a Citroën Xsara Picasso. Com um nome que homenageia uma grande personalidade das artes, o modelo sempre atraiu famílias que buscavam espaço e tinha ainda um visual pra lá de diferente para sua época. Aperte os cintos e conheça a história da minivan que ao contrário do pintor, não tinha nada de cubista.
A primeira vez que o mundo viu a Xsara Picasso foi em 1999 na Europa. Pouco tempo depois, no começo de 2001 ela veio para o Brasil. Sua chegada é muito importante para a história da marca francesa no país tropical. O que acontece é que esse foi o primeiro modelo que começou a ser produzido na fábrica da PSA de Porto Real, no Rio de Janeiro.
Se o exterior chama atenção pelas linhas arredondadas e que gerava comentários por se parecer com um ovo, o triunfo da Citroën Xsara Picasso era o interior. Seu painel de instrumentos era digital em uma época que não era comum. Além disso, ele ficava posicionado no centro, como o do Toyota Etios. Por lá, também ficava tanto o câmbio manual de 5 velocidades ou a transmissão automática de 4 marchas. 5 pessoas viajavam com conforto dentro da minivan e vale ressaltar que todos seus bancos eram individuais.
Xsara Picasso tinha até motor próprio
Como era um modelo que chegava em uma categoria bem calma, a Citroën trouxe novidades para o veículo. Debaixo do capô, havia o motor 2.0 de 16 válvulas. Esse propulsor foi exclusivo para a minivan. Ele rendia 118 cv e 19,4 kgfm de torque. Nessa época, a Xsara Picasso só podia ser abastecida com gasolina. Sua potência proporcionava 174 km/h de velocidade máxima e 12,1 segundos para ir de 0 a 100 km/h.
Se ter desempenho não era crucial, o espaço interno era de tirar o fôlego. A Citroën Xsara Picasso media 4,27 m de comprimento, algo próximo dos hatches compactos atuais, mas tinha um entre-eixos de simplesmente 2,76 m. Ou seja, espaço para pernas e cabeça não faltava. No porta-malas, o tamanho de 550 litros faz inveja até hoje para sedãs médios e SUVs. Para diferenciá-la de suas rivais como a Renault Scénic e a Chevrolet Zafira, a Xsara Picasso trazia no amplo bagageiro uma espécie de carrinho de feira dobrável e de plástico.
Em 2003, a minivan ganhou novidades. Suas maçanetas e retrovisores passaram a vir na cor da carroceria e a buzina foi finalmente parar no meio do volante. Até então, ela ficava em um botão na alavanca do pisca. Para o ano seguinte, seu motor ganhou mais potência e rendia 138 cv, a embreagem passou a ser hidráulica, que era mais leve e seu sistema de acelerador se tornou eletrônico. Contudo, a linha 2006 é quem mais mudou.
A Citroën Xsara Picasso recebeu o propulsor 1.6 de 16 válvulas flex, algo inédito em sua história. Mais comedido que o 2.0, esse novo motor rendia 113 cv e tinha um consumo de combustível mais comedido. No final de 2007, a minivan ganhou sua única reestilização para a linha 2008. Nova grade frontal, novos para-choques, novos capô e frisos cromados eram seus destaques. Seu interior ganhou tons mais escuros no acabamento e seu console central ganhou a pintura prateada.
Saída à francesa
Entretanto, após o início da década de 2010, a vida da Citroën Xsara Picasso já não estava boa. Concorrentes mais novos e mais equipados, começo do surgimento dos SUVs e queda na busca por minivans, levaram ao fim desse icônico modelo. Com mais de 100 mil unidades produzidas e vendidas por aqui, a Xsara Picasso se despediu dos brasileiros em 2012.
Na época, o Citroën C3 Picasso, mais quadrado e com ar de SUV compacto, ficou em seu lugar. Todavia, ele nunca obteve sucesso e saiu de cena pouco mais adiante. A marca ainda vendeu os C4 e Grand C4 Picasso, mas por serem mais caros e importados, também apenas figuravam em sua categoria.
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