Como os carros no Brasil custam caro (até demais), o brasileiro tende a ser bastante exigente com seus modelos. Mas também um tanto quanto chato e até frescurento em algum momento. Já tivemos tendências sem sentido no passado, como dizer que carro quatro portas era coisa de taxista, mas alguns desses pensamentos ainda persistem.
Por isso, reunimos cinco chatices que o brasileiro ainda tem com os carros hoje em dia. Preconceitos ou ideias enraizadas que fazem com que diversos modelos fracassem no mercado justamente por conta dos hábitos brasileiros. Vale lembrar que, apesar de ser uma atitude da maioria, não representa 100% da população.
50 tons de cinza
Por mais que muitos reclamem da falta de cores nas ruas, os brasileiros só gostam de comprar carros que estejam na linha cromática que vai de branco a preto. Isso inclui também todos os cinzas intermediários. Isso porque foi enraizado na mente tupiniquim que carros coloridos desvalorizam mais (o que não é verdade).
Some isso ao fato de que o brasileiro tende a escolher seus carros já pensando em revenda ao invés de optar por um modelo que o agrade. No final das contas, as ruas são tomadas por carros pretos, prata, brancos e cinzas, enquanto as montadoras cada dia mais deixam de oferecer cores diferentes pelo fato de que quase ninguém compra.
Faixa de automático
Para os brasileiros, se um carro custa mais de R$ 100 mil e não tem câmbio automático, é praticamente um crime. Por mais que seja um esportivo pensado para ter uma tocada mais divertida, como o caso dos rivais Toyota GR Corolla e Honda Civic Type R, o brasileiro vai reclamar que eles têm pedal de embreagem.
E o irônico de tudo isso é que até o final dos anos 1990, os carros automáticos eram vistos como veículos para o público PCD. Mas bastou a popularização desse tipo de transmissão em compactos (especialmente por culpa de Chevrolet Onix e Hyundai HB20), que rapidamente o país passou a preferir descansar o pé esquerdo.
Reclamar dos SUVs, mas ter um SUV
Todas as vezes que um SUV é lançado no Brasil, há uma enxurrada de comentários negativos sobre eles. Entre questionamentos sobre a capacidade off-road do modelo (que quase nunca foi pensado com esse propósito), passando pelo fato de que todas as marcas hoje possuem pelo menos um SUV no portfólio.
Mas a real é que os SUVs são amados sim pelos brasileiros. Prova disso é que, segundo dados da Fenabrave, de janeiro a agosto de 2023, já foram vendidos 486.774 SUVs no país. É a categoria mais comercializada por aqui, superando os hatches que representaram 379.725 unidades. Além disso, dos 10 carros mais vendidos do Brasil, três são SUVs.
Querer tudo em um carro só
Quando novos carros são lançados, o brasileiro quer consumo de GWM Haval H6, com preço de Renault Kwid, espaço de Nissan Versa, acabamento de Rolls Royce e visual de Peugeot 208 tudo em um só modelo. Existem carros que tem funções diferentes e usos diferentes, mas, para muitos brasileiros, se ele não tiver tudo e não fizer tudo, é ruim.
Há muitas críticas quanto a hatches compactos sem espaço interno, mas que são feitos só para um casal sem filhos. Ou de SUVs com tração dianteira que atolam em uma terrinha batida, tal qual um sedan, mas que foram feitos só para andar no shopping. Falta a muitos a compreensão do uso dos carros e o objetivo pelo qual eles foram feitos.
Preconceito seletivo
Um dos hábitos mais comuns do brasileiro é ter preconceito seletivo com as montadoras. Reclamam dos carros franceses se forem ou Citroën, mas esquecem que a Renault também é francesa. Ao mesmo tempo que endeusam Toyota e Honda por serem japonesas, não lembrando da existência da Nissan como outra nipônica no Brasil.
Há também casos como BYD e GWM, que são chinesas e estão construindo status no Brasil, mas ainda há quem diga que não teria um chinês de maneira alguma. A mesma pessoa que compra algum carro de marcas europeias, mas que foi produzido na China.
Qual desses hábitos e frescuras do brasileiro você também compartilha? E qual você não concorda? Conte nos comentários.
>>Os carros mais baratos do Brasil com câmbio CVT