Já diria o ditado: “casa de ferreiro, espeto de pau”. Apesar de hoje ser a marca que mais investe em deixar todos os seus modelos com jeito e cara de SUV, o CEO Citroën afirma que esse tipo de carro está com os dias contados. E a culpa é da eletrificação total que está em curso na Europa.
Em entrevista à revista , Vicent Cobée, CEO da Citroën afirmou que “o mundo dos SUVs acabou. [Ainda que] os números não estão dizendo que eu estou certo”. O executivo ainda cutuca a própria marca com a declaração afrontosa: “tem carro sendo chamado de SUV só porque eles são um pouco mais altos”.
Mas o ponto mais polêmico foi quando ele lançou uma crítica aos donos de SUVs: “cinco anos atrás, se você deixasse suas crianças na escola em um SUV, você era o cara. Agora, se faz isso, é um terrorista”. Cobée declara que o comportamento das pessoas hoje em relação aos SUVs vai mudar radicalmente em pouco tempo por causa da eletrificação.
“Em um carro elétrico, se você faz a aerodinâmica do jeito errado terá uma penalidade gigante em termos de autonomia. Você pode perder 50 km de autonomia com uma aerodinâmica ruim. Mas entre um SUV e um sedã estamos falando de uma perda de 80 km fácil”.
Para o CEO da Citroën, o próprio mercado vai começar a fugir dos SUVs quando a eletrificação for total. “As pessoas vão começar a limitar o peso e tamanho das baterias, quer seja por impostos, incentivos fiscais, leis ou por vergonha. O segmento de carros subcompactos morreu pela lei e o de SUVs grandes vai morrer pela aerodinâmica e peso”.
Os SUVs da Citroën
A única grande questão é que, a Citroën tem investido forte em SUVs e em fazer todos os seus modelos parecerem SUVs. Prova disso é que o como um hatch compacto com “atitude de SUV”, segundo a própria marca. Além disso, os novos C4 e C4 X são considerados dois SUVs cupê com formato diferente, mas na prática são um hatch e um sedã.
Até mesmo o C5 X, que substituiu o C5 sedã e a perua é visto como um SUV cupê. Modelos da marca francesa têm adotado elementos pretos na parte inferior da carroceria e altura mais elevada para trazer o visual de SUV a eles. Um trunfo da marca que a diferenciou no mercado e tem mostrado resultados positivos, mas que torna um tanto quanto controversa a fala do CEO. Afinal, vai contra tudo que a Citroën tem feito.
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