Os carros elétricos da GM (e por consequência da Chevrolet) são dependentes dos modelos a combustão da marca. Sim, essa frase não parece fazer muito sentido, mas a realidade é que as vendas de um estão totalmente atreladas ao outro. Ao menos é o que disse a CEO da General Motors, Mary Barra, para a agência .
Segundo a executiva, para poder financiar os projetos elétricos do grupo norte-americano, a solução é apostar em picapes grandes da Chevrolet com motor a combustão e nos SUVs luxuosos da Cadillac. Mary Barra explicou que a procura pela Chevrolet Silverado 1500 a combustão e pelo Cadillac Escalade segue grande, mesmo com o preço da gasolina aumentando nos Estados Unidos.
Por conta dessa demanda, a CEO da GM disse que o mercado pode esperar pela chegada de versões ainda mais caras dos SUVs e picapes a combustão do grupo. Como carros mais caros acabam gerando maiores margens de lucro, o plano da General Motors é que as vendas desses veículos resultem em mais dinheiro no caixa.
No entanto, isso não quer dizer que o plano de eletrificação da GM foi descartado. Pelo contrário, o objetivo é fazer o grupo produzir apenas veículos elétricos até 2035. E parte do dinheiro para financiar esta meta viria justamente dos modelos maiores a combustão. É uma ideia bastante irônica, mas que quando analisada friamente, faz bastante sentido. Afinal, uma marca de carros consegue fazer dinheiro vendendo carros, sejam eles quais forem.
Beberrões em alta
O curioso é que não é apenas na General Motors que os carros grandes a combustão estão em alta. Esse mesmo fenômeno pode ser visto na Ford, justamente uma das maiores rivais da GM. Por mais que o Mustang Mach-E, que é um dos modelos elétricos da Ford, tenha uma boa popularidade, os preferidos do público norte-americano ainda são o trio F-150, Explorer e Escape, com todos eles superando os números de venda do Mach-E.
Por isso que o plano de os carros elétricos da GM serem financiados pelos irmãos a combustão não é absurdo. Principalmente em um mercado tão grande quanto o dos Estados Unidos, cuja venda anual de veículos supera as 15 milhões de unidades. Dessa forma, o jeito é fazer essa transição para os modelos elétricos com o dinheiro que vem das vendas dos modelos a combustão mesmo.
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