Lá no começo dos anos 2000, os carros aventureiros foram uma verdadeira febre. Hatches compactos, peruas e picapes vivam recebendo versões lotadas de plásticos, suspensão elevada e (teórica) mais robustez. Mas isso foi mudando com o tempo, fazendo as marcas migrarem para os SUVs compactos. E como esse movimento ocorreu?
É certo que o começo dos aventureiros no Brasil e no mundo também trazia a convivência com os SUVs compactos. A Ford tinha o EcoSport, mas também chegou a oferecer o Ka Freestyle. Ao mesmo tempo em que a Renault vendia o Duster na mesma concessionária de um Sandero Stepway.
Só que o tempo mostrou que era mais rentável aumentar as modificações dos carros para chamá-los de SUVs. Explico. Hoje a Fiat tem o Argo Trekking, que é uma versão aventureira do hatch compacto, mas não tão radical quanto eram os Adventure. Afinal, essa fórmula foi aplicada no Pulse.
Ou seja, ao invés de criar uma versão aventureira radical de um modelo civilizado, as marcas preferem modificar mais o visual, mas mantendo o máximo de proximidade entre os modelos quanto possível para cobrar mais. Um Pulse de entrada custa R$ 103.990, tendo exatamente os mesmos itens e motor de um Argo Trekking de R$ 93.990.
Mais valor, mais visual, mais itens
Ou seja, a marca deixa o carro visualmente diferente do original e cobra bem mais do que isso. E essa evolução foi bastante natural. Temos o Volkswagen Polo, que chegou a ter versões aventureiras fora do Brasil, chamadas de . Mas que hoje o Nivus ocupa essa função. Já que é um Polo aventureiro, mas bem modificado.
A Chery substituiu o enfadonho Celer pelo Tiggo 2, que depois evoluiu para Tiggo 3X e pouca gente percebeu que um era derivado do outro. A mesma coisa aconteceu com o Honda Fit. Ele teve a versão aventureira Twist na segunda geração, que evoluiu para WR-V na terceira geração. Ainda que, na prática, fosse só um Fit aventureiro de capô alto.
Esse mesmo movimento acontece agora com o . Na essência, ele é o novo Sandero Stepway. Mas a marca francesa o apartou do modelo original, deu um visual bem diferente, além de interior modificado, para posicioná-lo como um SUV compacto, não um hatch aventureiro.
Na prática, criar um SUV compacto a partir de uma modificação pesada de um hatch compacto custa mais caro para desenvolver, mas gera mais dinheiro. Afinal, as peças compartilhadas reduzem parte do montante necessário, mas é possível cobrar mais pelo modelo.
Para o consumidor, há a sensação de ter um carro superior. Afinal, você está andando de SUV compacto, não de uma versão mais cara e cheia de plástico de um hatch de entrada. O futuro é a extinção completa dos aventureiros, substituídos por modelos ditos como SUVs compactos, mas que só são a evolução do que um dia já foram.
Você prefere um hatch aventureiro ou um SUV compacto? Conte nos comentários.
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