Os carros elétricos feitos no Brasil podem ficar mais perto da realidade. Parlamentares, empresários e especialistas reunidos pelas Comissões da defenderam nesta semana a necessidade da adoção de estímulos governamentais para a fabricação nacional de baterias de lítio e que possam ser empregadas em veículos elétricos, tanto particulares quanto de transporte público.
O deputado Jilmar Tatto (PT-SP), atualmente também secretário de Comunicação Social da Câmara dos Deputados, afirmou que é necessário nos deslocarmos rumo à redução do consumo de combustíveis fósseis através de uma transição energética e já apresentou uma proposta (PL 1743/23) com o objetivo de incentivar o aumento da frota de ônibus elétricos nas grandes cidades.
Ele relata que o Brasil está no caminho certo, mas precisa acelerar sua progressão, ou então a transição energética seguirá sendo um processo muito demorado. O parlamentar ressaltou a importância dos ônibus elétricos, dizendo que as baterias de lítio são fundamentais para seu funcionamento.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços informou que o Brasil tem 8,7% das reservas mundiais de lítio, mas só processa 1,7% da demanda mundial. Por esse motivo, a Companhia Brasileira de Lítio, cujo diretor é Vinicius Alvarenga, citou que o país já domina a tecnologia para ampliar essa escala.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) prevê que, com algumas regras similares às europeias, os carros elétricos chegarão a 65% dos produzidos por aqui em 2035 e os pesados, como ônibus e caminhões, a 32%.
A Anfavea também lembrou que investimentos em infraestrutura, como a instalação de pelo menos R$ 1,4 bilhão em pontos de recarga, e o incentivo à mão de obra qualificada, imposto pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), são importantes para o sucesso da empreitada.
O debate na Câmara dos Deputados discorreu também sobre a exploração do lítio que existe no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, assim como sobre a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) destinada aos municípios com jazidas, bem como sobre as possíveis políticas públicas de incentivo ao aproveitamento do minério.
Para o deputado Paulo Guedes (PT-MG), que preside e sugeriu a audiência pública conjunta das Comissões de Finanças e Tributação; e de Minas e Energia, o lítio possui interesse estratégico para diversos países e que sua demanda só terá o aumento de 40 vezes nos próximos anos. Segue-se, portanto, a necessidade de criar estímulos visando não só à exploração do minério como também à produção aqui do nosso território das baterias necessárias para os carros elétricos.
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