Quer queira, quer não, os SUVs são responsáveis por permitir que outros carros existam. O Cayenne salvou a Porsche nos anos 2000 e agora o Mustang Mach E totalmente elétrico foi o responsável por permitir que a Ford desenvolvesse o Mustang de verdade com motor V8. Não que o SUV mande em alguma coisa, mas um só existe por acusa do outro.
Nos EUA e Europa, as marcas precisam cumprir com rígidas regras de emissões de carbono por ano. Por isso, diversas possuem carros elétricos os quais concedem créditos de carbono que podem ser “consumidos”, por assim dizer, por carros mais poluentes. Em especial aqueles com motores V8 beberrões e potentes.
Com as vendas altas do SUV elétrico Mustang Mach E, a Ford teve créditos de carbono suficientes para que a nova geração do Mustang com motor V8 pudesse ser produzida. A marca até cogitou uma versão híbrida do seu muscle-car para cumprir com esses critérios, mas não foi necessário.
A vantagem da situação da Ford é que ela não precisa comprar de outras marcas os créditos de carbono somente para sustentar sua linha poluidora. Dodge e Chevrolet fazem isso, visto que as marcas de seu grupo não contam com uma robusta de linha de carros elétricos para compensar a poluição emitida por Charger, Challenger e Camaro.
Prova disso é que os Dodge Charger e Challenger serão subsídios por um muscle-car elétrico. Já o Camaro deve morrer para ceder seu espaço a um sedã elétrico. Enquanto isso, o Mustang agradece ao seu irmão SUV Mustang Mach E por vender bem e permitir sua existência por alguns anos.
Por isso, da próxima vez que ver um carro elétrico na rua de uma marca de esportivos, ou que faça um esportivo, agradeça por sua existência. Afinal, é ele que permite a existência dos modelos legais – seja por ser muito lucrativo (caso do Cayenne) ou dar créditos de carbono (na situação do Mach E).
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