Não é segredo para ninguém que todos os carros no Brasil estão absurdamente caros, e isso por culpa de diversos fatores, como principalmente os impostos, escassez de componentes, imprevisibilidade política e etc.
E mesmo assim, muitos modelos conseguem ter preços surreais quando comparados com carros semelhantes da mesma categoria. Hoje listaremos cinco deles e iremos entender o porquê eles não valem a pena pelos seus respectivos valores.
Hyundai Tucson
Muitos na verdade nem se lembram que o Hyundai Tucson ainda é vendido por aqui, mas ele trouxe uma novidade (ou nem tanto) recentemente. Sob o mesmo guarda-chuva de outros carros controlados pela (mesmo grupo que controla a Chery no Brasil), o modelo ganhou uma reestilização por aqui há pouco tempo.
O grande problema é que ele já saiu de linha no exterior em 2020. Esse novo design do modelo brasileiro (a produção é nacional), inclusive foi lançado há cerca de 5 anos nos Estados Unidos. Para piorar sua situação, seus preços são assustadores. Mesmo antigo e sem nenhuma justificativa para custar tanto, ele é oferecido por R$ 229.990 na versão de entrada, a GLS, e R$ 249.990 na mais cara, Limited.
Seu conjunto mecânico ainda é bom, composto pelo motor 1.6 turbo à gasolina de até 177 cv e 27 kgfm. Ele trabalha em conjunto com a transmissão automatizada de dupla embreagem e 7 marchas. Porém, a lista de equipamentos é bem básica tendo em vista o seu preço absurdo, assim como o design interno.
Toyota Hilux GR-Sport
Até a antiga versão de topo, SRX, a Toyota Hilux possui preços normais, pois apesar de altos, estão na média ou até abaixo da categoria. Porém, recentemente ela ganhou novas configurações de topo acima da SRX. Depois dela há ainda a Conquest, Limited e a esportiva GR-Sport.
Ao contrário de outros modelos da marca que trazem o emblema GR-S só para indicar um visual mais apimentado, a Hilux realmente tem alterações mecânicas para ficar mais adequada ao uso esportivo. Seria uma grande opção dentro do mercado de picapes médias, mas se não custasse absurdos R$ 367.390.
Para efeito de comparação, uma RAM Classic Laramie, que é muito maior e mais luxuosa, é R$ 17.400 mais barata, custando R$ 349.990. Entre as próprias médias, quem mais se aproxima é a Volkswagen Amarok Extreme V6, de R$ 335.500. Ainda assim, a diferença é de altos R$ 31.890.
Além de todo o visual claramente mais esportivo, a Toyota Hilux GR-Sport traz uma motorização um pouco mais eficiente. Apesar de já ter sido vendida no passado com motor V6 à gasolina, essa versão continua com o 2.8 turbo diesel de quatro cilindros em linha das outras versões.
Porém, nessa configuração mais cara (bem cara, por sinal) ela abandona os 204 cv e 50,9 kgfm para adotar até 224 cv e 55 kgfm. A transmissão é automática do tipo convencional e conta com 6 velocidades, enquanto a tração é 4×4 com reduzida.
Honda HR-V Touring
Todas as versões da nova geração do Honda HR-V possuem preços muito altos, mas a que mais espanta é a de topo, chamada de Touring. O SUV compacto é sim bem equipado e tem um bom motor 1.5 turbo flex, mas isso não pode ser uma justificativa, já que outros modelos da categoria também trazem esses mesmos quesitos sendo bem mais baratos.
O modelo da montadora japonesa é oferecido em nosso mercado pela bagatela de R$ 190.900 nessa configuração de topo. Como verdadeiros diferenciais no segmento, ela traz somente o banco do motorista com ajustes elétricos e a tampa do porta-malas com abertura e fechamento automáticos.
No mais, não há nenhum grande diferencial para o HR-V custar esse valor, e por isso ele entra na lista dos 5 carros com preços surreais. O modelo não traz nem mesmo um teto-solar elétrico, enquanto opções bem mais baratas de concorrentes incluem esse item. O powertrain emprega o motor 1.5 turbo que agora é flex.
Ele traz até 177 cv e 24,5 kgfm, e está aliado ao câmbio automático do tipo CVT com simulação de 7 velocidades. São bons números, mas há quem o supere trazendo até 185 cv e 27,5 kgfm. É o caso dos Fiat Pulse Abarth e Fastback, além do Jeep Renegade.
Renault Captur Iconic
O Renault Captur é outro modelo que está ficando cada vez mais esquecido no mercado brasileiro, e não é à toa. Dentro da mesma marca há o Duster, que apesar de não ser um dos mais vendidos, tem vendas razoáveis. Curiosamente, ele é superior em vários quesitos, além de usar o mesmo conjunto mecânico na alternativa mais cara da gama. Ainda assim ela é R$ 18.200 mais em conta (R$ 145.990) que a Iconic do Captur.
O powertrain, inclusive, é o único ponto positivo do Captur. Ele utiliza o propulsor 1.3 turbo flex desenvolvido em parceria com a Mercedes-Benz. São até 170 cv e 27,5 kgfm. Já a transmissão é automática do tipo CVT, com disponibilidade de 8 marchas virtuais.
A lista de equipamentos da versão mais cara, Iconic, chama atenção apenas pelo sensor de ponto cego, faróis full LED e câmera 360°. Desconsiderando esses três, o Captur oferece poucos itens de série. A central multimídia é pequena, são apenas 4 airbags, não há nenhum recurso de assistência à condução e o painel de instrumentos é bem simples.
Estes são apenas alguns pontos negativos a se destacar, mas além disso, o acabamento não é muito agradável, assim como o espaço interno e o elevado consumo de combustível. Mesmo não sendo uma opção muito atrativa no segmento de SUVs compactos, o Renault Captur Iconic custa absurdos R$ 164.190.
Jeep Compass 4xe
Pode parece estranho ver o SUV médio mais vendido do Brasil nessa lista. Na verdade, apesar de caras, as versões convencionais do Jeep Compass possuem valores dentro da faixa esperada nesse segmento. O problema é a variante híbrida plug-in, que apesar da grande tecnologia, é absurdamente cara.
Tirando de cena as versões com motor turbo diesel, o Compass mais caro é o Série S 1.3 turbo flex, vendido por R$ 233.790. A Série S híbrida então, logicamente seria mais cara, mas não deveria ter uma diferença de assustadores R$ 104.610. Sendo assim, ela é vendida por R$ 338.400.
Por incrível que pareça, seu valor já foi até mais alto. Quando lançado, ela custava R$ 349.990. Todavia, a Jeep reduziu um pouco o seu valor para tentar aumentar as vendas, o que aparentemente não deu certo, já que esse é um modelo muito raro de se ver nas ruas e até nas concessionárias.
É verdade que o modelo possui uma boa aptidão off-road, assim como um bom nível de acabamento e uma lista de equipamentos muito recheada. O conjunto mecânico também recebe elogios, tendo em vista que é híbrido plug-in e bem econômico.
Ele é servido do mesmo 1.3 T270 (turbo flex) do Compass nacional (o híbrido é importado da Itália), mas somente à gasolina. Com isso ele rende até 180 cv e 27,5 kgfm, associado ao câmbio automático de 6 marchas. Há também dois motores elétricos.
O primeiro auxilia o motor 1.3 turbo e também serve como gerador de energia para as baterias. Juntos eles são responsáveis pela tração que é enviada ao eixo dianteiro. Já no eixo traseiro, existe um outro propulsor elétrico de 60 cv e 25,5 kgfm, que está disponível em qualquer rotação da motorização.
Como esse motor é diretamente ligado às rodas traseiras, o Compass 4xe consegue ter tração 4×4 sem precisar de um eixo cardã. A potência combinada no modo híbrido é de 240 cv, mas infelizmente o torque conjunto não foi informado pela Jeep.
>> Carros elétricos: os 10 mais baratos do Brasil em 2023