O mundo dos carros é como o futebol: há quem ame algumas marcas e odeie outras. Mas as redes sociais inflamaram isso, criando os pilotos de teclado: entusiastas automotivos que amam criticar os carros baseados em números de fichas técnicas ou opiniões alheias. O movimento é tão forte, que até carros bons são massacrados por eles.
Modelos elogiados pela mídia e que vendem muito, são vítimas de alguns brasileiros que os criticam somente pelo puro prazer de o fazer. Ou também por conta de preconceitos enraizados ao longo dos anos. Pensando nisso, reunimos aqui cinco carros bons, mas que os brasileiros (chatos) amam criticar.
Toyota Etios
Ainda que tenha saído de linha no Brasil, mas siga em produção por aqui para exportação, o Toyota Etios foi criticado sua vida toda por dois motivos: visual sem graça e painel que parece uma balança Filizola. Problema é ter sido lançado na época em que os carros compactos estavam ficando sofisticados por causa de Chevrolet Onix e Hyundai HB20.
Ele só foi cair no gosto do público com diversas melhorias de acabamento que a Toyota implementou ao longo do tempo e depois ao trazer o painel digital do Prius a ele. Só que o Etios escondia por trás de sua feiosa casca um carro muito gostoso de dirigir, confiável e espaçoso. Até fazia milagre ao tornar um câmbio automático de quatro marchas algo bom.
Jeep Renegade
Hoje nenhum SUV compacto vendido no Brasil tem tração 4×4 ou qualquer vocação off-road, exceto o Jeep Renegade (lembrando que o Suzuki Jimny é um subcompacto). Ele, assim como outros carros da Jeep em versão Trailhawk, tem de passar por uma trilha off-road pesada em Moab e fazer tudo que um Wrangler faz. Mas quem disse que o brasileiro não critica isso?
Diversos vídeos nas redes sociais do modelo antigo com motor 1.8 e tração dianteira atolando em terrenos arenosos ou até em rampas de estacionamento fizeram com que o Renegade virasse piada para muitos. O problema é que o motor antigo era fraco demais e não dá para fazer off-road com o modelo 4×2. Mas os que xingam, jamais devem ter feito trilha com o 4×4.
Todo Peugeot e Citroën
Por conta de um passado em que as revendas desvalorizavam os próprios carros, as peças de reposição eram caras e as suspensões viviam dando problemas, o brasileiro enfiou na cabeça que carro francês não presta. Mas ironicamente esquece que a Renault é uma marca francesa, preferindo xingar só os carros da Peugeot e da .
Há anos as marcas vêm trabalhando na reconstrução da imagem, imitando o pós-venda das japonesas e ganhando prêmios por isso. Além do mais, seus modelos evoluíram absurdamente, tanto que o Peugeot 208 é um dos carros mais vendidos da Europa (alguns meses é o mais vendido). Mas tem gente que nunca sequer andou em um e critica.
Volkswagen up!
Ser menor e mais caro do que o Gol foi a sina do Volkswagen up!. Ele foi um dos primeiros populares com motor turbo que verdadeiramente decolou no mercado por conta da condução divertida. Mas era criticado por ser pequeno demais e pelo design pouco inspirado: pote de sorvete era um dos apelidos mais comuns do pequeno up!.
O modelo ganhou notoriedade no lançamento da versão TSI por conta da performance surpreendente. Mas muita gente preferia um Gol, um projeto bem mais velho, com menos segurança e mais barato do que o up! com construção de padrão europeu. Vendeu bem menos do que merecia vender.
Hyundai HB20
Ainda que tenha sempre vendido muito bem, o Hyundai HB20 passou por uma fase em que era um dos carros mais criticados do Brasil. Tudo por conta do visual controverso. Antes dessa última reestilização, ele era chamado pejorativamente de bagre por se assemelhar esteticamente ao peixe.
O visual controverso afastou compradores no começo das vendas da segunda geração, mas ele logo recuperou a predileção do público por bons atributos como dirigibilidade boa, acabamento acima da média e motores eficientes e econômicos. Mas os pilotos de teclado adoravam xingar o HB20 como se fosse uma porcaria só por ser feio.
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